Andiroba, utilizada há anos pelo povo amazônico, tem propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias

Grupo de mulheres trabalha em todas as etapas da produção de medicamentos e cosméticos naturais feitos de andiroba
Cadeia produtiva do fruto da Amazônia tem o aval da Fiocruz. ‘É uma organização que gira em torno de mulheres empreendedoras, a partir dos modos de produzir dessas comunidades’, diz pesquisadora.
O Globo Repórter desta sexta-feira (11) mostrou o poder da farmácia que existe na natureza e a importância da sabedoria dos povos antigos.
O programa cruzou o Rio Tocantins e foi até a reserva extrativista Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna, no Pará, para ver a coleta de andiroba, planta medicinal que tem propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias. Uma riqueza da Floresta Amazônica.
As extrativistas são mulheres experientes, que fazem parte de um grupo que desde 2006 trabalha em todas as etapas da produção de medicamentos e cosméticos naturais.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/B/H/Q0VcWLRSWeII1sjyl0YA/grupo-producao.jpeg)
Grupo de mulheres de cadeia produtiva do fruto da Amazônia com o repórter Fabiano Villela — Foto: Globo Repórter
Para fazer a coleta, é preciso esperar o fruto cair da árvore. Com a queda, o ouriço se quebra e as amêndoas se espalham pela mata. As extrativistas entram em ação e separam as melhores castanhas. Nem todas ficam inteiras.
“A gente sempre deixa algumas para produzirem as mudas. Isso é muito importante, o processo de reflorestamento delas mesmo, além de a gente separar algumas para plantar na nossa reserva, no nosso lote”, explica Suena Nascimento da Silva, presidente do Grupo de Trabalhadoras Artesanais e Extrativistas.
Depois da coleta, é preciso cozinhar tudo em água fervente.
“Se não for nesse processo, não fica um óleo de qualidade”, explica Dona Claudecir, que aprendeu vendo as avós e a mãe fazerem da mesma forma.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/s/t/7bj76kTNuplvRfVwLfCg/bloco-1-frame-13114.jpeg)
As extrativistas são mulheres experientes compõem grupo desde 2006 — Foto: Globo Repórter
“Depois de um mês, a gente corta e faz as bolas para extrair o óleo”, diz Claudecir.
Ela conta que se sente feliz por ter uma fonte de renda no quintal de casa.
“A andiroba trouxe para a gente muita coisa boa”, afirma.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/d/U/HsucxJRaKInEP2jo7AEQ/grupo-de-mulheres-1.jpeg)
Produção de óleo de andiroba por mulheres extrativistas — Foto: Globo Repórter
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/S/h/LazborSiKAk4IUGIcDDA/grupo-de-mulheres-2.jpeg)
Produtos feitos com óleo de andiroba — Foto: Globo Repórter
A cadeia produtiva do fruto da Amazônia tem o aval da Fiocruz.
“É uma organização que gira em torno de mulheres empreendedoras, a partir do conhecimento ancestral, dos modos de produzir dessas comunidades. A Fiocruz trabalha dentro dessa articulação, do conhecimento tradicional popular e o científico, mas sem desconsiderar que eles são complementares”, diz a pesquisadora Joseane Carvalho Costa, coordenadora do projeto ArticulaFito – Fiocruz/Mapa.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/A/d/7B17KRSxaH0RTPOCBRRA/andiroba-1-.jpeg)
Globo Repórter mostra como é feita a coleta da andiroba — Foto: Globo Repórter