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Alergia alimentar: descubra quais são os ingredientes que mais causam reação

Alergia alimentar: descubra quais são os ingredientes que mais causam reação

Descubra quais são os alimentos que mais causam alergia alimentar e quais os riscos de continuar consumindo-os de forma consciente

Um copo de leite. Um prato feito com frutos do mar. Aquela sobremesa finalizada com amendoim. Parecem receitas inofensivas, não é mesmo? Mas em algumas pessoas, esses alimentos podem causar reações que, em casos mais graves, podem levar à morte.

Segundo a médica alergista Milena Pandolfi, além dos ingredientes citados acima, outros 5 são responsáveis por 90% das reações alérgicas: ovo, trigo, soja, castanhas e peixes. Mas ela ressalta que novos alimentos têm surgido e que o mais importante é investigar os motivos da pessoa está tendo aquela reação.

“Já existem mais de 170 alimentos relatados como causas de reação alérgicas. (…) Mas tem surgido novos alimentos nesse cenário, como é o caso do gergelim e algumas frutas, como a banana. Cada alimento tem a sua peculiaridade. A gente precisa investigar a fundo cada reação de cada tipo de alimento”.

Peixe, leite, ovo, amendoim são alguns ingredientes campeões em alergia  — Foto: Shutterstock

Peixe, leite, ovo, amendoim são alguns ingredientes campeões em alergia — Foto: Shutterstock

Como a pessoa pode saber se é alérgica a um alimento?

Muitas pessoas acreditam só serem alérgicas a determinado alimento após realizarem o exame clínico, conhecido como teste alérgico. Um dos mais conhecidos é quando o paciente entra em contato com gotas de substâncias potencialmente alérgicas e, em poucos minutos, o corpo demonstra irritação da pele no local correspondente.

Doutora Milena salienta que este exame é importante, mas que o histórico clínico e alguns sintomas também ajudam a identificar as alergias.

“(…) Sintomas como rinite e asma, desenvolvido imediatamente após o contato com o alimento ou até sintomas tardios, como a diarreia, vômito, perda de peso. A gente precisa juntar a quantidade de sintomas e avaliar a relação desses sintomas com a ingestão do alimento”.

E você sabia que uma pessoa não nasce alérgica? Ela pode ter uma predisposição genética e o desenvolvimento da alergia acontecer ao longo do tempo.

“(…) existem outros fatores que influenciam no desenvolvimento das alergias: via de parto, aleitamento materno, exposição a animais e a vida fora de casa, poluentes, agrotóxicos, tudo isso pode influenciar no desenvolvimento das alergias. (…). Tem crianças que desenvolvem a alergia com meses de vida. Tem pacientes que vão se descobrir alérgicos na idade adulta ou até na fase mais avançada”, explica a alergista.

Contaminação cruzada x reatividade cruzada

Ao ser constatado que uma pessoa é alérgica a um determinado alimento, ela precisa tomar cuidados ao longo da vida, para não comer aquilo que faz mal à sua saúde. Algumas medidas são simples, como perguntar a lista de ingredientes de uma determinada receita. Porém, ela não está livre de contaminações por causas involuntárias.

Segundo doutora Milena, ela pode acontecer de duas formas: a contaminação cruzada, quando acidentalmente o paciente consome o alimento proibido, seja porque caiu um pouco no seu prato; e a reatividade cruzada, quando a estrutura da proteína que o paciente é alérgico é parecida com outros alimentos.

“(…) É uma semelhança da proteína entre alguns alimentos, a gente precisa conhecer essa reatividade, pra se fazer a restrição alimentar correta desse paciente. Por exemplo, entre o leite de vaca e os outros [de origem animal], como de cabra e o de búfala”.

Riscos de consumir um alimento alérgico de forma consciente

 

Sintomas da alergia podem ser graves e levar até a morte  — Foto: Shutterstock

Sintomas da alergia podem ser graves e levar até a morte — Foto: Shutterstock

Você descobriu há pouco tempo que é alérgico a determinado tipo de alimento. Ainda assim, quer continuar comendo, já que os sintomas que surgiram até hoje não foram tão graves. Pior, usa medicamentos para bloquear os efeitos. Saiba que você pode estar colocando sua vida em risco!

“(…) o antialérgico não segura, ele não resolve sintomas graves. Para casos graves, o indicado é o uso da adrenalina. E ainda pode piorar, porque se esse paciente começa a ter sintomas mais leves e ele tá sob o uso do antialérgico, esses sintomas podem não aparecer, e ai já começa a reação com os sintomas mais graves. Ai, pode não dar tempo o suficiente de usar a medicação correta”, alerta Milena.

Ela também dá dicas de como ajudar uma pessoa que esteja em crise. “É importante botar esse paciente deitado, elevar as pernas, que isso pode ajudar a melhorar a pressão arterial desse paciente. (…) nunca esquecer de perguntar do uso da adrenalina, checar se ele tem adrenalina autoinjetável e chamar por ajuda”.