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Tijolo feito com caroço de açaí, solução sustentável de descarte

Tijolo feito com caroço de açaí, solução sustentável de descarte

Participantes de feira no Xingu receberam dicas de economia e gestão; empreendedorismo sustentável é caminho promissor para novos negócios

empreendedorismo sustentável ganha cada vez mais força devido às mudanças climáticas e à crise humanitária gerada pela pandemia da Covid-19. Os negócios sustentáveis hoje são preferidos pelos consumidores e investidores, como ficou demonstrado durante a primeira Feira de Negócios Sustentáveis do Xingu, promovida pela empresa Norte Energia, em Altamira (PA). Uma das ideias apresentadas — e que chamou bastante atenção — foi a produção de tijolos a partir dos caroços de açaí, visando criar uma solução sustentável de descarte. O projeto é de autoria da empreendedora Geisiane Ferreira Ribeiro do Nascimento, de 29 anos.

No Pará, os caroços dessa fruta são abundantes, mas apenas 4% deles são aproveitados, causando problemas de acúmulo de resíduos. O descarte inadequado dos caroços de açaí em Altamira é um problema persistente na região. Para abordar essa questão, a Xingu Tijolos Sustentáveis utiliza esses resíduos como matéria-prima na produção de tijolos sustentáveis. Os clientes da empresa são floriculturas, pessoas físicas e futuramente empresas do setor da construção civil. O objetivo de Geisiane é buscar a produção ambientalmente consciente, visando a redução de emissões de CO² (já que os tijolos sustentáveis não necessitam de forno), a diminuição de resíduos na obra e a redução de custos em até 40%, além de proporcionar um padrão estético atrativo.

“O tijolo passa por um processo de secagem por alguns dias, e depois ele é triturado. Após a trituração é feita uma mistura, que é colocada em uma máquina onde é feito o processo de compressão. Todos esses tijolos são compactados para que ele tenha uma resistência melhor. Depois de mais alguns dias de secagem ele já está pronto para uso”, explica Geisiane, que já sonha com a produção em escala.

A feira teve como objetivo promover o empreendedorismo e o desenvolvimento sustentável na região do Xingu. Quinze projetos foram selecionados para receber apoio na divulgação das marcas, marketing, gestão de vendas e qualificação técnica dos produtos. Segundo relatório da Allied Market Research, o mercado global de empreendedorismo sustentável e tecnologia verde movimentará mais de US$ 48 bilhões (R$ 228, 88 milhões, na cotação atual) até 2027.

Os jovens empreendedores, de acordo com a organização do programa Belo Monte Empreende, receberam orientação sobre economia e gestão de negócios. Vale destacar que as empresas que adotam a sustentabilidade contribuem para o planeta e, em contrapartida, obtêm vantagens empresariais como aumento da eficiência de produção, redução de desperdícios, diminuição de custos, evitação de multas e incentivos fiscais.

A empreendedora Geisiane Ferreira Ribeiro do Nascimento – Foto: Benigna Soares