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Sustentabilidade começa no prato: desafios da nutrição para um meio ambiente melhor

Sustentabilidade começa no prato: desafios da nutrição para um meio ambiente melhor

Hábitos alimentares influenciam no nosso consumo de alimentos prejudiciais aos solos e águas

Os seres humanos desde sempre tiram seu sustento dos produtos da terra. Foi o cultivo de alimentos que possibilitou o crescimento das populações e sua alimentação. Mesmo esse imperativo não foi suficiente para que tomássemos consciência da importância da preservação do meio ambiente. É comum vermos cenas de poluição de rios e terras, desmatamento, além de desperdício de água e alimentos. Esses problemas estão ligados diretamente à falta de qualidade da alimentação, além da escassez de alimentos e fome, em grande parte.

É com o intuito de mitigar este problema que surgiu o conceito de sustentabilidade. A “virada de chave” veio na Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, sediada em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Na ocasião, o tema de desenvolvimento sustentável foi debatido no contexto de mundo globalizado. Em anos seguintes, como na Rio 92, foi-se além, com proposições de programas globais e regionais que pautassem o comprometimento com a produção atenta à escassez de recursos naturais.

Com algumas medidas, é possível reduzir nossa participação nos processos destrutivos do meio ambiente. No entanto, as ações não devem ser tomadas somente pelas grandes corporações ou ao nível de país. Todos devem ter a consciência de que as escolhas, sejam elas individuais ou familiar, impactam nos recursos naturais.

Uma dessas medidas passa pela nossa alimentação diária. O consumo de produtos derivados de animais é predatório em muitos sentidos. A pesca, por exemplo, provoca a degradação de ecossistemas marinhos inteiros, principalmente a pesca de arrasto, aquela feita com redes. Junto de cada lançamento de rede, diversos outros seres vivos não-alvos são arrastados, além de indivíduos jovens que serviriam para a repopulação e continuação das espécies.

A pecuária também promove grandes impactos. Entre eles, o desmatamento causado pelo avanço das pastagens resulta em incêndios florestais e destruição de matas nativas e suas faunas, consequentemente. Outra questão está ligada ao consumo de recursos pelo gado. Para a produção de 1kg de carne bovina, consome-se 16 mil litros de água. Além disso, os animais produzem gases causadores do efeito estufa e sua alimentação reforça a monocultura. A própria agricultura também contribui com a poluição devido ao uso de agrotóxicos que contaminam solo e águas.

Mudar nossos hábitos alimentares é, portanto, passo necessário se quisermos ter um meio ambiente mais sustentável. Alimentos orgânicos e naturais são livres de agrotóxicos e nada nocivos ao solo. Hortas urbanas são encontradas em grandes cidades e oferecem alimento de qualidade a preços convidativos. Além disso, aproveitar integralmente os alimentos é sempre uma atitude inteligente. Várias receitas são possíveis com talos, cascas e sementes de diversos alimentos. Adquirir produtos da estação e de produtores próximos também  é uma forma de reforçar uma cadeia importante de consumo sustentável.

Saber o que se consome é criar consciência do nosso papel nesse processo. Na dúvida, um profissional de nutrição pode sempre ajudar na escolha de uma dieta capaz de nutrir e ser sustentável ao mesmo tempo, como as dietas veganas ou plant-based. Além de mais nutritivas, são praticamente livres de produtos industrializados e processados, o que faz muito bem para o organismo. Para quem deseja se aprofundar no assunto, um curso de nutrição ead pode ser a chave para se ter todo o conhecimento necessário para se tornar mais conectado com a relação entre alimentação e sustentabilidade.

Foto – iStock