Sapos jovens se camuflam como fezes de outros animais para despistar predadores

A descoberta foi feita durante experimento no zoológico de Schoenbrunn, em Viena (Áustria), informou a direção da instituição na quinta-feira (12/10).

“Os sapos jovens contam com o fato de serem vistas, mas consideradas algo não comestível”, explicou Susanne Stueckler, cientista da Universidade de Viena. Ela e colegas publicaram recentemente suas descobertas na revista “Behavioral Ecology and Sociobiology”.

Para testar a hipótese de que os sapos estavam tentando escapar de predadores, os pesquisadores criaram modelos de sapos de cera de cores diferentes e os colocaram na casa da floresta tropical do zoológico. O local contém “uma comunidade diversificada de aves predadoras que são bem conhecidas por usarem a visão colorida para detectar sapos como presas”, destacou o estudo.

Descobriu-se que a taxa de ataque era significativamente maior para a cera marrom-avermelhada do que para a esverdeada. Os modelos em marrom também tiveram redução pela metade no número de investidas de predadores quando tinha pigmentos brancos.

“Mostramos que o padrão de cor incomum dos juvenis provavelmente funciona como uma máscara de excrementos de animais”, disseram os pesquisadores. “Pode funcionar como uma estratégia antipredador(…) para que os predadores os identifiquem erroneamente como objetos não comestíveis. Até onde sabemos, esta é a primeira exploração experimental de um vertebrado disfarçado de excremento de animal”, acrescentaram.