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Sabe como formigas interagem? Vomitando umas nas outras

Sabe como formigas interagem? Vomitando umas nas outras

Já está bem claro que a natureza tem suas bizarrices, mas uma descoberta publicada no início de novembro na revista científica eLife elevou isso a outro nível. Segundo o estudo, conduzido pela Universidade de Friburgo (Suíça), as formigas vomitam umas nas outras como uma forma de interagir e compartilhar informações.

Esse processo em que um animal regurgita o alimento para o outro se chama trofalaxia. Na ocasião, os nutrientes e proteínas são transferidos de um indivíduo a outro, e é por meio dessa troca que as formigas criam uma espécie de conexão entre cada um dos membros da colônia. É como se fosse um grande grupo de WhatsApp, mas em vez de figurinhas e imagens de “Bom dia”, as formigas trocam vômito.

O estudo menciona que uma colônia de formigas funciona como um “superorganismo”, cada membro cumprindo uma função específica em prol do grupo. Para entender por que as formigas compartilham esses fluidos, os pesquisadores analisaram se as proteínas que trocam estão ligadas ao papel de um indivíduo na colônia ou ao ciclo de vida do grupo.

Em suas amostras, eles identificaram 519 proteínas compartilhadas. De acordo com o artigo, conforme uma colônia amadurece, mais proteínas entram na circulação. Isso significa que as colônias mais velhas têm mais proteínas do que as mais jovens.

Formigas vomitam umas nas outras, trocando proteínas e nutrientes (Imagem: twenty20photos/envato)

Formigas compartilham nutrientes

Com esse costume, algumas formigas nem precisam parar de trabalhar para encontrar alimento, porque outras já se alimentaram em nome da colônia — e passaram a compartilhar essas proteínas e nutrientes.

Os especialistas também descobriram que esse vômito tem muito a ver com o papel que uma formiga específica desempenha na colônia: as responsáveis por cuidar das mais jovens tendem a ter maiores quantidades de proteínas anti-envelhecimento do que outros membros da comunidade, por exemplo. Enquanto isso, as operárias tinham concentrações mais altas de proteínas voltadas ao armazenamento de nutrientes.