Risco de infarto é maior no frio? Especialistas apontam motivos

As temperaturas mais baixas podem favorecer o aparecimento de doenças cardíacas. Saiba quais fatores contribuem para isso
Com a onda de frio que atingiu diversas regiões do país, sobretudo Sul e Sudeste, e a aproximação do inverno, a tendência é que aumentem as chances de desenvolver problemas de saúde. Uma das preocupações em alta durante esse período é se as baixas temperaturas podem aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto e arritmias.
De fato, nesse período, existem registros de aumento do número de infartos. Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, estudos realizados em diferentes países mostram que, em comparação com as outras estações do ano, durante o inverno, o número de ataques cardíacos cresce, em média, 30%.
A estimativa é que a cada 10°C de queda na temperatura haja um aumento de 7% no índice de infartos, especialmente quando os termômetros atingem marcas inferiores a 14ºC.

Tentar administrar problemas do dia a dia, jornada de trabalho, casa e família não é fácil. Quando a rotina ainda vem acompanhada de estresse constante, choros de desespero e sentimento de que as horas não são suficientes, fique atento! O seu corpo pode estar dando indícios de que você está no seu limite e precisa dar uma pausaPhotoAlto/Frederic Cirou / Getty Images

Dias agitados podem ser comuns, é claro. Contudo, estresse constante pode desencadear problemas de saúde e afetar o bem-estar do indivíduo. Por isso, apesar de parecer impossível, é muito importante cuidar das saúdes mental e física para evitar que quadros irreversíveis sejam desenvolvidos no futuroWestend61/ Getty Images

Fique atento aos sinais que o coração dá. Um dos primeiros é apresentar taquicardia sem motivo aparente. Coração acelerado sem que nenhum esforço físico esteja sendo realizado é indício de que algo não está normal. Caso isso aconteça, procure um especialista que possa diagnosticar o problemaSCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images

Dor de cabeça constante, principalmente na parte de trás da cabeça e na testa, com duração média de 30 minutos todos os dias, pode ser indicativo de que o corpo está pedindo pausaWestend61/ Getty Images

Estar doente com frequência também pode ser uma das consequências do estresse. Isso porque a situação abala o emocional, enfraquece o sistema imunológico e prolonga sintomas gripais, por exemploBambu Productions/ Getty Images

Outro sinal de que você precisa de uma pausa é a insônia. Estresse frequente faz com que o corpo fique tenso e altere o ciclo do sono. Portanto, se você não tinha dificuldade para dormir e passou a ter, fique em alertaMatt Henry Gunther/ Getty Images

Além das manifestações psicológicas, pessoas que sofrem com altos níveis de estresse também podem apresentar problemas físicos. Alergias emocionais, quadros como queda constante de cabelo, presença de pequenas bolhinhas na pele e agravamento da acne sinalizam que algo está erradoAleksandr Zubkov/ Getty Images

Ao apresentar alguns desses sintomas, procure pisar no freio e cuide da sua saúde. Apesar de parecer difícil, tratamentos precoces impedem graves problemas no futuroFiordaliso/ Getty Images
Razões
A cardiologista Priscilla Gianotto Tosello, que tem especialização em Imagem Cardiovascular, explica que isso acontece porque as temperaturas mais baixas exigem que o organismo regule a atividade metabólica para produzir mais calor. Ao mesmo tempo, o frio força o espasmo das artérias coronárias, que se contraem. “Com maior esforço, o coração pode sofrer com arritmias, passar por uma insuficiência cardíaca e até apresentar um infarto”, alerta a médica.
Segundo a cardiologista, algumas comorbidades podem tornar a predisposição a esses problemas de saúde ainda maior. Tabagismo, hipertensão, sobrepeso, diabetes e sedentarismo são algumas delas.
Portadores de doenças cardíacas também devem ficar mais atentos a sinais como cansaço, formigamento nos braços, dores no peito, tonturas, náuseas, suor intenso e mal-estar. “A qualquer sinal estranho, é melhor buscar ajuda médica, já que o infarto pode deixar sequelas ou até mesmo ser fatal”, enfatiza.
Fatores de risco
O cardiologista Roberto Yano destaca que alguns comportamentos típicos do inverno e a ação do frio no corpo contribuem para a elevação dos riscos. A ingestão de menos líquidos, por exemplo, é uma das causas apontadas pelo médico.
“Quando isso acontece, as pessoas ficam mais desidratadas. Isso deixa o sangue mais viscoso, grosso. E pode ainda atrapalhar o fluxo de oxigênio e nutrientes que são levados ao coração”, explica.
Além disso, no frio, as artérias do nosso corpo fazem o que se chama de vasoespasmo, o estreitamento do calibre das artérias. O médico aponta que, se uma artéria do coração já é doente e acaba afinando, o risco de infarto cresce.
Durante o frio, há também uma tendência das pessoas comerem em maior quantidade. O consumo de alimento mais calóricos e poucos nutritivos, de acordo com Yano, pode favorecer a obesidade. “As pessoas comem mais ‘besteiras’, comidas pouco nutritivas e mais calóricas, aí acabam ganhando peso, e como já sabemos, a obesidade também é um fator de risco para o infarto agudo do miocárdio”, argumenta.
O cardiologista lembra ainda que as doenças respiratórias, mais comuns nessa época, podem sobrecarregar o órgão. “Imagine se você já tem um coração doente e acaba pegando uma pneumonia, por exemplo, seu corpo vai exigir muito mais esforço para suprir a necessidade de oxigênio do coração”, completou.
Confira dicas para evitar problemas durante o inverno
- Procure se hidratar e ter uma alimentação equilibrada
- Opte por bebidas quentes e pouco calóricas, como o chá
- Pratique exercícios físicos com regularidade
- Evite se expor ao frio e saia bem agasalhado (toucas, casacos e luvas) para se proteger de doenças respiratórias
- Use máscara, principalmente em ambientes fechados
- Mantenha uma rotina de acompanhamento médico e exames