Radiotelescópio mais poderoso do mundo pode ter revelado 4 possíveis exoplanetas
Graças ao Low Frequency Array (LOFAR), o radiotelescópio mais poderoso do mundo, uma equipe de cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriu 19 estrelas anãs vermelhas distantes, sendo que quatro delas estão emitindo ondas de rádio inesperadas. A melhor explicação para isso é que existem exoplanetas “escondidos”. Embora ainda precise de confirmação, a descoberta é de grande importância para a radioastronomia por si só, e poderá também ajudar na descoberta de outros mundos pela galáxia.
Inicialmente, os radioastrônomos identificavam somente as estrelas muito próximas através das ondas de rádio, mas agora conseguem visualizar outras muito mais antigas delas e procurar possíveis planetas em suas órbitas. Assim, para o estudo, os pesquisadores focaram nas anãs vermelhas, estrelas menores que o Sol e com atividade magnética que libera essas emissões. Joseph Callingham, autor principal do estudo, acredita que os sinais identificados vêm da conexão magnética entre as estrelas e planetas que as orbitam.
Essa interação é parecida com aquela que acontece entre Júpiter e sua lua Io. “Nosso modelo para essa emissão de rádio das estrelas é uma versão em escala de Júpiter e Io, em que um planeta está envelopado pelo campo magnético de uma estrela e liberando material em correntes vastas que, de forma semelhante, alimentam auroras brilhantes”, explicam os autores.
A equipe ainda precisará confirmar a existência dos planetas propostos, e está cautelosa: “não podemos ter plena certeza de que as quatro estrelas que encontramos possuem, de fato, planetas as orbitando, mas podemos dizer que uma interação planeta-estrela é a melhor explicação para o que estamos vendo”, explicou o Dr Benjamin Pope, astrofísico da Universidade de Queensland e co-autor do estudo.
Ele destacou também as possibilidades oferecidas pelo Lofar: “temos agora uma nova janela no céu graças à potência do Lofar e técnicas sobre como usar óculos polarizados. Isso abre um reino de possibilidades para o futuro”, disse. Até o momento, eles conseguiram observar somente uma fração do céu com o telescópio. Quando o observatório SKA estiver operando, eles esperam centenas de grandes descobertas.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.