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Queda histórica nos níveis de mercúrio no ar revela eficácia de políticas ambientais

Queda histórica nos níveis de mercúrio no ar revela eficácia de políticas ambientais

Estudo com plantas do Monte Everest mostra redução de 70% nas emissões tóxicas em duas década

A diminuição acentuada nos níveis de mercúrio na atmosfera nas últimas duas décadas comprova que as políticas globais de redução de poluentes estão surtindo efeito. Pesquisadores analisaram amostras de uma planta resistente encontrada no Monte Everest, revelando que as concentrações do metal tóxico caíram cerca de 70% desde o ano 2000. O avanço é atribuído principalmente ao controle de emissões causadas por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e a mineração.

A pesquisa, publicada na revista ACS ES&T Air, utilizou uma técnica inovadora para reconstruir os níveis históricos de mercúrio. A planta Androsace tapete, que cresce em altitudes extremas, acumula camadas anuais de folhas que preservam informações ambientais, funcionando como um arquivo natural da poluição atmosférica. Ao analisar amostras coletadas desde 1982, os cientistas identificaram uma mudança drástica nas fontes de emissão.

Atualmente, o solo é responsável por 62% do mercúrio liberado na atmosfera, enquanto atividades humanas contribuem com 28%. Esse aumento na proporção de emissões terrestres sugere que, embora as regulamentações tenham reduzido a poluição direta, o mercúrio acumulado no ambiente continua sendo um desafio. A Convenção de Minamata, tratado internacional que limpa o uso e a liberação do metal, é apontada como um dos fatores decisivos para o declínio observado.

Apesar do progresso, os pesquisadores alertam que as reemissões de mercúrio armazenado no solo podem se intensificar com as mudanças climáticas. Medidas futuras devem priorizar não apenas a redução de novas fontes industriais, mas também o gerenciamento do estoque já existente no meio ambiente.

O estudo reforça a importância do monitoramento contínuo e de políticas ambientais robustas para garantir que a queda nas emissões se mantenha. Dados como os obtidos no Everest servem como um termômetro valioso para avaliar a eficácia das ações globais contra a poluição por metais pesados.