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Qual é a quantidade de vida que existiu e existirá na Terra?

Qual é a quantidade de vida que existiu e existirá na Terra?

A vida já está presente na Terra há bastante tempo, antes mesmo de a humanidade existir, animais, insetos e outros seres dominavam o planeta — até dinossauros estavam aqui, e já foram o topo da cadeia alimentar. Os cientistas acreditam que os organismos vivos começaram a se desenvolver aproximadamente há 3,8 bilhões de anos, quando os primeiros microrganismos e bactérias começaram a se formar na água.

No início, o ambiente terrestre era formado apenas por rochas, lava e altas temperaturas, impossibilitando a formação de qualquer tipo de vida. A situação mudou ao decorrer do tempo, assim, as temperaturas acabaram esfriando e a água condensou até os oceanos se formaram; a partir daí, os primeiros organismos unicelulares simples começaram a aparecer.

Em um estudo realizado em parceria entre as faculdades Carleton University, Weizmann Institute of Science e Smith College, os pesquisadores investigaram a história da vida na Terra e discutiram possíveis cenários para o futuro dos seres vivos. O artigo foi publicado na revista científica Current Biology.

“A taxa de produtividade primária é uma variável fundamental para impulsionar os ciclos biogeoquímicos hoje e tem sido ao longo do passado da Terra. Por exemplo, desempenha um papel crítico na determinação da estequiometria de nutrientes nos oceanos, na quantidade de biomassa global e na composição da atmosfera terrestre”, é descrito na introdução do novo estudo.

Para compreender quanta vida já existiu no planeta Terra, o TecMundo reuniu informações de geólogos, especialistas da área e outros cientistas.

Quanta vida existe na Terra?

Um dos processos principais citados pelos cientistas é a produção primária, responsável por converter carbono inorgânico em moléculas orgânicas essenciais para a vida. Atualmente, a fotossíntese é considerada um processo de produção primária, já que as plantas convertem energia solar em energia química para fornecer carboidratos essenciais aos organismos vivos. Sem a fotossíntese, não existiria a vida na Terra.

O objetivo da pesquisa é compreender o processo de produção primária no início do desenvolvimento da Terra; assim, eles descobriram que aproximadamente 100 quintilhões de toneladas de carbono foram processadas no início dos tempos — provavelmente, as plantas terrestres são os maiores responsáveis pela produção primária.

Para os pesquisadores, os microrganismos simples são os principais contribuintes para a formação da vida, mas eles também destacam a importância das cianobactérias (imagem).Para os pesquisadores, os microrganismos simples são os principais contribuintes para a formação da vida, mas eles também destacam a importância das cianobactérias (imagem).Fonte:  Argonne National Laboratory 

“Hoje, a produção primária é alcançada principalmente por plantas terrestres e microrganismos marinhos, como algas e cianobactérias. No passado, a proporção destes principais contribuintes era muito diferente; no caso da história mais antiga da Terra, a produção primária foi conduzida principalmente por um grupo totalmente diferente de organismos que não dependem da fotossíntese oxigenada para permanecerem vivos”, um dos autores do estudo, Peter Crockford, escreveu em um texto publicado no site The Conversation.

Após coletar diversos dados sobre o tema, os pesquisadores conseguiram elaborar um relatório que estima a quantidade de vida na Terra: existem cerca de 1030 (10 nonilhões) de células atualmente. Porém, ao longo da história, o número é muito maior, pois os cientistas sugerem que já existiram entre 1039 e 1040  (um duodecilhão) de células.

O início da vida terrestre

Ao observar todo o potencial de vida, os autores apontam que cerca de 1040 (um duodecilhão) de células habitarão o planeta durante o período que ele permanecerá habitável — ou seja, esse número representa o total de células até o fim de tudo. Os resultados foram baseados nos atuais níveis de produtividade do processo de produção primária.

Apesar de conseguir calcular a média de quantidade de células que existiram e existirão na Terra, a ciência ainda não é capaz de quantificar o exato motivo da vida ter se formado. Atualmente, o palpite mais plausível é que os compostos orgânicos simples foram responsáveis pelo surgimento dos primeiros seres vivos.

Depois que esses compostos se desenvolveram, provavelmente, algumas reações químicas foram provocadas por raios, atividades vulcânicas, ou outros processos da natureza. Com o tempo, os primeiros blocos de construção da vida começaram a aparecer, conhecidos como aminoácidos e nucleotídeos. Só então, foram desenvolvidos os primeiros microrganismos simples autorreplicantes.

A partir de então, os primeiros tipos de vida se formaram e evoluíram de bactérias para plantas, insetos, animais e, finalmente, chegaram aos humanos. Isso mostra que, além de sorte, a vida na Terra precisou passar por muitos processos para alcançar o estado atual.

“Num futuro distante, daqui a cerca de dois mil milhões de anos, todas as proteções biogeoquímicas que mantêm a Terra habitável serão ultrapassadas aos seus limites. Primeiro, as plantas terrestres morrerão e depois, eventualmente, os oceanos entrarão em ebulição e a Terra retornará a um planeta rochoso e na maioria sem vida, como era na sua infância”, acrescentou Crockford.