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Praias de SC registram mais de 16 mil casos de queimaduras por água-viva em menos de 2 meses

Praias de SC registram mais de 16 mil casos de queimaduras por água-viva em menos de 2 meses

Número é quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período no ano anterior.

O número de queimaduras por água-viva aumentou no litoral de Santa Catarina. As praias catarinenses registraram 16,675 mil ocorrências em um mês e meio.

É quatro vezes mais ocorrências do que o mesmo período da temporada de verão do ano passado, quando foram registradas 3.779, segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar.

Conforme o professor de biologia e oceanografia da UFSC Alberto Lindner, este aumento ocorre por causa de condições climáticas. “As caravelas são animais de água quente, de alto mar e que nos meses de verão, primavera, são trazidos pelos ventos para a nossa costa”, explica.

As praias do Sul catarinense são as que mais registram casos este ano. Na região, o maior número de acidentes é causado pela espécie de água-viva chamada Olindias sambaquiensis.

“Essa espécie está associada com acidentes em 2010 no Sul de Santa Catarina, também em um ano de alta temperatura, indício muito forte de que a temperatura maior da água do mar pode estar associada com a presença dela (no mar)”, explica.

As águas vivas são divididas em dois grupos: caravelas e medusas. As caravelas têm coloração roxa e tentáculos que podem chegar a 10 metros de comprimento. Já as medusas são transparentes e têm formato de guarda-chuva.

Caravelas são as águas-vivas mais perigosas presentes no mar de SC  — Foto: NSC TV/Reprodução

Caravelas são as águas-vivas mais perigosas presentes no mar de SC — Foto: NSC TV/Reprodução

Em comum, elas têm toxinas que causam muita dor e sensação de ardência na pele. Os tentáculos são usados para proteção contra predadores e alimentação, já que ajudam a paralisar as presas.

Bandeira lilás e cuidados

A bandeira lilás alerta os banhistas sobre a presença de águas-vivas. Mesmo com o aviso, há quem se arrisca no mar e acaba sendo queimado pela toxina.

Quando isso acontece, alguns cuidados são importantes, como evitar passar água doce na região, alerta o major dos bombeiros Guilherme Veríssimo.

“Ainda na água ele (que foi queimado) pode tentar se lavar na região com a própria água do mar. Nunca com água doce. E (é importante) procurar um posto de guarda-vidas pra gente fazer um tratamento de anular o veneno com vinagre”, diz.