Podemos sofrer com deficiência de ferro e anemia no futuro, diz estudo
Pesquisa indica que, se as dietas não mudarem, teremos que lidar com a escassez de ferro nas nossas alimentações até 2040
Cada vez mais pessoas estão modificando suas dietas, consumindo menos alimentos de origem animal. Apesar de benéfico para o meio ambiente, isso pode gerar falta de nutrientes fundamentais para o organismo humano. Caso do ferro, por exemplo.
Anemia
- A deficiência de ferro é uma das formas mais comuns de deficiência de nutrientes em todo o mundo.
- A deficiência grave de ferro, também conhecida como anemia, afeta quase 50% das mulheres em idade reprodutiva em regiões como o sul da Ásia, África Central e África Ocidental.
- Já na Nova Zelândia, 10,6% das mulheres de 15 a 18 anos e 12,1% das mulheres de 31 a 50 anos sofrem de deficiência de ferro, segundo informações da Medical Xpress.
Fortificação de ferro
Estudos recentes apontam um aumento de 19% na adoção de dietas veganas e vegetarianas entre os neozelandeses de 2018 para 2021. Os alimentos vegetais geralmente contêm altas quantidades de fibras e fitatos, que reduzem a capacidade do corpo de absorver o ferro.
Outras pesquisas indicam que, se os padrões globais de produção e fornecimento de alimentos permanecerem inalterados, teremos que lidar com a escassez de ferro em nossa dieta até 2040.
Muitos alimentos nas prateleiras dos supermercados, incluindo alimentos básicos comuns, como pão e cereais, já têm nutrientes adicionados. Ao contrário da fortificação obrigatória de pão com iodo e ácido fólico, atualmente não há nenhuma iniciativa governamental para incentivar ou obrigar a fortificação de ferro.
Mudança no comportamento é necessária
Embora os alimentos fortificados possam oferecer grandes benefícios no combate à deficiência de ferro, alguns consumidores hesitam em incluir esses alimentos em suas dietas. A Food Standards Australia New Zealand (FSANZ), uma entidade governamental responsável por desenvolver regulamentos alimentares para ambas as nações, descobriu que muitos consumidores tinham dúvidas sobre como buscar alimentos fortificados, vendo-os como não naturais, processados e menos saudáveis.
Essa hesitação era particularmente evidente quando se tratava de fortificações não obrigatórias. Vitaminas e minerais adicionados em cereais matinais ou, mais recentemente, em leites à base de plantas e alternativas à carne, são exemplos de não obrigatória ou “fortificação voluntária”. Os consumidores muitas vezes percebem isso como uma tática de marketing em vez de uma intervenção de promoção da saúde.
Dada a importância da ingestão adequada de ferro na dieta e a escassez projetada de ferro na dieta, é crucial avaliar os benefícios da fortificação. Intervenções educativas, como a conscientização sobre a deficiência de ferro e os impactos positivos da fortificação, podem ajudar a melhorar a aceitação dessas iniciativas pelos consumidores.