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Pessoas jovens têm mais facilidade de recuperar olfato e paladar pós-covid

Pessoas jovens têm mais facilidade de recuperar olfato e paladar pós-covid

Desde o início da pandemia, a perda de olfato e paladar se tornou um dos sintomas mais definitivos da covid-19. Agora, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos estimou que cerca de 20% de quem é afetado por esse efeito continua com dificuldades em sentir cheiros e sabores após seis meses da doença. O estudo também concluiu que pessoas com mais de 40 anos têm mais risco de manter essa sequela por um longo prazo.

A pesquisa, publicada no American Journal of Otolaryngology, entrevistou 798 adultos que relataram perda dos sentidos com um diagnóstico positivo para a covid. Assim, eles perceberam a taxa de recuperação de 4 em cada 6 participantes dentro do prazo de seis meses.

Os pesquisadores da Virginia Commonwealth University analisam que, ainda que a maioria se recupere, 20% é um número altíssimo de pessoas quando se considera que já há mais de 230 milhões de casos confirmados de covid-19 no mundo.

Também foram identificados fatores que podem dificultar a recuperação dos sentidos. Entre os participantes, aqueles que já tinham histórico de lesões na cabeça demonstraram menos chances de recuperar o paladar e o olfato; isso também vale para quem sentiu falta de ar durante a infecção.

Perder o olfato e o paladar é uma das marcas mais fortes da covid-19 (Imagem: Brittany Colette/Unsplash)

Curiosamente, os pesquisadores apontaram que aqueles que tiveram congestão nasal tiveram mais chances de recuperar os sentidos, mas os pesquisadores têm uma explicação. Quem teve esse sintoma pode ter perdido o olfato não por lesão nos nervos resultante da infecção, mas sim pelo entupimento das vias aéreas. Assim, quando eles se recuperaram, não tiveram problemas em sentir cheiros e gostos novamente.

Ainda não há uma cura para recuperar olfato e paladar dos afetados pela covid-19, mas Evan Reiter, um dos autores, recomenda um treinamento com óleos aromáticos aos seus pacientes como forma de estimular a recuperação dos danos nervosos. “Tem custo e risco baixos”, ele complementa.