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Pesquisa alerta para riscos da queima de resíduos plásticos

Pesquisa alerta para riscos da queima de resíduos plásticos

Grande parte é queimada ao ar livre, ameaçando a saúde humana e demonstrando a contínua dificuldade global em gerenciar a poluição plástica, mostra novo estudo.

Todos os anos, geramos cerca de 52 milhões de toneladas de resíduos plásticos, que vão parar em todos os lugares do mundo, inclusive nos nossos cérebros. Desse total, 57% são queimados ao ar livre. Além dessa incineração ser uma ameaça à saúde pública, ela demonstra a contínua dificuldade em gerenciar a poluição plástica.

Os dados são de um estudo de pesquisadores da Universidade de Leeds publicado na revista científica Nature. O volume produzido anualmente daria para encher o Central Park, em Nova York, com resíduos plásticos na altura do Empire State Building, compara a AP. E tem peso equivalente a 42 pirâmides de Gizé, no Egito, segundo o Washington Post.

A pesquisa considerou pontos críticos de geração de resíduos plásticos em 50.702 municípios em todo o mundo e verificou que vários países do Sul Global estão entre os maiores poluidores quando se trata da queima, relata a France24. Municípios da Índia queimaram cerca de 5,8 milhões de toneladas de plástico em 2020. A Indonésia queimou cerca de 1,9 milhão de toneladas. E a Rússia queimou abertamente mais de 1,4 milhão de toneladas de plástico no mesmo ano.

Em comentário na Nature, o professor Matthew McLeod, da Universidade de Estocolmo, destaca que o problema não se resume à gestão: “Os dados [da pesquisa] mostram que combater a poluição plástica exigirá a redução da produção e do consumo”.

Em tempo

O banco de investimentos Morgan Stanley não tem mais uma meta explícita para combater a poluição plástica por meio de sua carteira de financiamentos. Em seu último relatório ESG, publicado na 4ª feira (4/9), a empresa omitiu um compromisso anterior, de facilitar prevenção, remoção ou redução de 50 milhões de toneladas de resíduos plásticos do meio ambiente até 2030. Uma página na web que detalhava o compromisso da empresa com plásticos agora exibe a mensagem “não conseguimos encontrar sua página”, informa a Bloomberg. Um porta-voz do Morgan Stanley disse que os resíduos plásticos “continuam sendo um foco de sustentabilidade”, mas que a mudança sobre plásticos no relatório foi ligada a dificuldades com “a qualidade dos dados necessários para atender aos nossos padrões de divulgação”. Então tá.