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Paraíba registra desovas de quatro espécies de tartarugas marinhas

Paraíba registra desovas de quatro espécies de tartarugas marinhas

No Brasil, existem cinco espécies de tartarugas marinhas, das quais já foram registradas, na Paraíba, desovas de quatro espécies monitoradas pela Associação Guajiru Tartarugas Urbanas. Na última temporada reprodutiva 2020/2021, nasceram 305 filhotes de tartaruga Olívia, espécie que não é predominante no Estado, em ninhos encontrados nas praias de Cabo Branco, Bessa e Ponta de Campina.

Durante esse período, a equipe da associação monitorou 204 ninhos, realizando a soltura e o encaminhamento para o mar de 21.722 filhotes de tartarugas marinhas. As ações de monitoramento da próxima temporada estão previstas para novembro.

Em julho, se encerrou a desova da espécie tartaruga de pente e, mesmo assim, foram encontrados três ninhos remanescentes da espécie Olívia, segundo informou a ecóloga e integrante do conselho diretor, Caroline Dias Gomes, acrescentando que a proposta agora é organizar a temporada 2021/2022.

Houve um número de ninhos da última temporada reprodutiva em comparação à anterior, período que compreende os meses de novembro a julho. O aumento tem relação com o trabalho desenvolvido pela associação e também devido à expansão da área de monitoramento.

A associação existe há 19 anos e, atualmente, conta com 35 voluntários que atuam nas áreas de monitoramento das praias Ponta de Campina, Intermares, Bessa, Cabo Branco, Seixas, Lucena, Tambaú e Jacarapé. Antes, a área de monitoramento funcionava só nos municípios de Cabedelo e João Pessoa. Em 2021, o projeto expandiu o monitoramento para Baía da Traição e Jacarapé.

A ecóloga Caroline Gomes ressaltou a importância da educação ambiental para a preservação das tartarugas marinhas. “Esses animais desempenham um papel ecológico no ecossistema marinho fundamental. As tartarugas marinhas transportam nutrientes e são vitais à sobrevivência de diversos organismos. Portanto, precisamos preservar a praia através do descarte correto dos resíduos sólidos, pois as tartarugas utilizam a praia para maternidade”, enfatizou.

Ameaça à sobrevivência

As maiores ameaças à sobrevivência das tartarugas marinhas são a ingestão de resíduos sólidos, a interação com a pesca e choques com embarcações. Trazendo para a realidade de João Pessoa, Caroline destacou a fotopoluição ( iluminação artificial), pois modifica as características ambientais do habitat natural.

“A iluminação artificial é uma das intervenções urbanas que causam distúrbios para o sucesso da conservação destes animais. A presença prejudicial no meio ambiente afeta as tartarugas marinhas, principalmente em suas áreas de desova”, disse.

Retomada

Durante quase dois anos de pandemia, os locais dos nascimentos das tartarugas marinhas deixaram de ser divulgados para evitar aglomerações. O momento é de planejamento para a retomada das atividades de educação ambiental e captação de recursos. A única atividade desenvolvida pela Associação Guajiru com o público é a visita agendada na sede. “Estamos planejando a divulgação do nascimento da próxima temporada pois é na soltura das tartarugas que dialogamos sobre a importância da consciência ambiental”, informou.

Para conhecer o projeto Tartarugas Urbanas visite o instagram @tartarugas_urbanas ou entre em contato para mais informações pelo watsapp (83) 99608-5226. A doação pode ser feita através de transferência bancária ou se preferir por pix. Os interessados podem ajudar divulgando o trabalho da Associação nas redes sociais, comprando um souvenir na sede da ong, localizada em Cabedelo.

Se você encontrar um ninho, uma desova ou presencie um nascimento de tartaruga entre em contato imediatamente com a Guajiru. A orientação para não fotografar, se aproximar ou alimentar os filhotes,pois qualquer movimento brusco pode desorientar o trajetoda tartaruga.