Para 40% das crianças americanas, cachorro-quente, bacon e queijo vêm das plantas
Estudo publicado no Journal of Environmental Psychology descobriu que porcentagem significativa de crianças de 4 a 7 anos dos EUA não sabe identificar alimentos de origem animal
Um estudo publicado por psicólogos dos Estados Unidos descobriu que uma porcentagem significativa de crianças de 4 a 7 anos no país acredita que cachorros-quentes, hambúrgueres e bacon vêm de plantas. O queijo também foi identificado de forma incorreta como sendo de origem vegetal, por 44% dos participantes.
Na pesquisa, os psicólogos pediram às crianças que classificassem uma variedade de alimentos, incluindo queijo, batata frita, bacon, pipoca, camarão, amêndoas e ovo. As respostas geraram uma série de surpresas, incluindo que 47% dos 176 participantes acreditavam que as batatas fritas vinham de animais. O estudo foi publicado em outubro no Journal of Environmental Psychology.
Além disso, 41% acreditavam que o bacon vinha de uma planta e 40% diziam o mesmo sobre cachorros-quentes. Até mesmo nuggets de frango – com o nome do animal claramente identificado –, foram erroneamente identificados como vindos de plantas, em 38% dos casos. “Pipoca e amêndoas também foram comumente classificadas de forma errada [como baseadas em animais], cada uma por mais de 30% das crianças”, escreveu a equipe, em seu relatório.
Além de avaliar o conhecimento das crianças sobre a origem dos alimentos, a equipe analisou quais animais e plantas as crianças acreditavam que podiam ou não ser consumidos. Mais uma vez, os pesquisadores registraram muita confusão das crianças americanas sobre o que é e o que não é comestível: a maioria acredita que vacas (77%), porcos (73%) e frango (65%) não são comestíveis.
O estudo mostra que há muitos equívocos em relação à comida nessa idade, mas a equipe acredita que essa possa ser uma oportunidade para falar sobre alimentação consciente e também o impacto das mudanças climáticas.
“A maioria das crianças nos Estados Unidos come produtos de origem animal, mas ao contrário dos adultos, que construíram um arsenal de estratégias para justificar o consumo de animais, as crianças parecem ser ingênuas comedoras de carne”, destacou a equipe.
“O estudo atual sugere que as crianças comem carne sem saber, e talvez violando um preconceito contra os animais como fonte de alimento. A infância pode, portanto, representar uma janela única de oportunidade durante a qual dietas à base de plantas para toda a vida podem ser estabelecidas mais facilmente em comparação com o futuro”, garantiram os pesquisadores.
A equipe acredita que parte do conhecimento insuficiente pode ser devido ao fato de os pais também não saberem de onde vem a carne que consomem.