Anchor Deezer Spotify

Os esmaltes em gel foram proibidos na Europa – entenda o motivo

Os esmaltes em gel foram proibidos na Europa – entenda o motivo

A razão envolve um ingrediente presente em muitos produtos, apontado por especialistas como potencial risco à saúde reprodutiva

Unhas impecáveis por semanas, brilho intenso e resistência às lascas, não é à toa que os esmaltes em gel conquistaram o coração de quem sempre gosta de estar com a manicure em dia. Mas, a partir de setembro de 2025, eles entraram oficialmente na lista de cosméticos proibidos em toda a União Europeia e o motivo acendeu um alerta no mundo da beleza.

A decisão não se refere a todos os esmaltes em gel, mas sim àqueles que possuem uma substância específica: o óxido de trimetilbenzoil difenilfosfina, mais conhecido como TPO. Esse ingrediente funciona como fotoiniciador, ou seja, ajuda o esmalte a secar rapidamente sobre a luz UV ou LED e garante o efeito duradouro que fez o gel se popularizar desde os anos 2000. Mas qual é o grande problema? Estudos apontam que ele pode trazer riscos à saúde reprodutiva, incluindo alterações hormonais e possíveis impactos na fertilidade. Por isso, a Comissão Europeia classificou o TPO como “tóxico para a reprodução” e determinou sua retirada total dos cosméticos.

Com isso, os 27 países do bloco, além de nações que seguem as mesmas regras, como a Noruega, determinaram que salões e fornecedores devem descartar estoques de esmaltes em gel que contenham o produto. As marcas, por sua vez, já estão sendo pressionadas a reformular suas linhas sem TPO.

Nos Estados Unidos e no Reino Unido a proibição ainda não foi adotada. Por lá, consumidores preocupados podem buscar linhas livres de TPO, visto que já existem marcas que oferecem versões alternativas, ou apostar em cuidados extras, como dar intervalos entre as aplicações, usar base protetora e priorizar ambientes bem ventilados na hora da esmaltação.

Embora a decisão europeia seja vista como uma medida de precaução, nem todos os especialistas concordam com a proibição imediata. Há quem defenda que os riscos foram avaliados com base principalmente em estudos com animais e que faltam evidências vigorosas em humanos. Para outros, porém, os potenciais efeitos no organismo são suficientes para justificar a retirada da substância de circulação, especialmente considerando o aumento de doenças ginecológicas associadas a disruptores endócrinos, como a endometriose. Outro ponto que segue em debate é que o TPO também é utilizado em outros setores, como em materiais odontológicos, mas a restrição europeia se aplica apenas a cosméticos.

Vale lembrar que a substância não é a única preocupação em torno das unhas de gel. A exposição frequente à luz UV durante a esmaltação pode aumentar o risco de câncer de pele, enquanto o uso contínuo pode enfraquecer a unha natural. Além disso, quando o gel começa a se desprender, cria-se espaço para a proliferação de bactérias, como a Pseudomonas, que pode deixar a unha esverdeada.

E no Brasil?

Por aqui, a Anvisa ainda não se pronunciou sobre o TPO nos esmaltes em gel. Mas, diante do impacto da decisão europeia, é provável que o tema entre em debate em breve. Enquanto isso, vale redobrar os cuidados, procurar salões confiáveis, questionar sobre a composição dos produtos e dar pausas estratégicas entre uma aplicação e outra.