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O único eclipse solar completo de 2021 não foi dos melhores; veja o motivo

O único eclipse solar completo de 2021 não foi dos melhores; veja o motivo

No último sábado, 4, nós tivemos o único eclipse solar completo de 2021, mas a experiência para os poucos que conseguiram vê-lo não foi das mais agradáveis: a ocasião, que durou pouco mais de um minuto, foi de uma experiência amplamente reduzida devido à presença de nuvens densas que cobriram a visão dos espectadores.

O evento astronômico contou com texto em primeira mão do Space.com, que enviou um de seus colunistas ao cruzeiro marítimo “Le Commandant Charcot”, da empresa francesa Ponant, especializada na oferta de viagens específicas para visualização de eclipses e ocasiões do tipo.

O único eclipse solar total de 2021 ocorreu sobre o céu da Antártida, então isso já foi suficiente para reduzir o número de pessoas que foram capazes de vê-lo. Na viagem do navio, o jornalista especializado em física astronômica, Joe Rao, contou que, para quem soubesse para onde olhar, a experiência foi “meio decepcionante”.

“Infelizmente, durante a madrugada, quando as temperaturas baixaram, as nuvens simplesmente ficaram mais grossas”, disse Rao em texto publicado no Space.com. “Assim, os passageiros e a tripulação na popa do navio às 3h [horário de Brasília] viu somente um céu cinza”.

Um eclipse solar total refere-se a quando a Lua se coloca entre a Terra e o Sol. A parte “total” do nome se dá pelo fato da Lua, ainda que por poucos instantes, impedir a luz do Sol de atingir a Terra.

“Ao todo, o eclipse durou 97 segundos. Nenhuma sombra distinta foi percebida. Ao invés disso, apenas um escurecimento amorfo do céu — como se alguém diminuísse a luz ambiente de uma sala. Nada de cores a serem vistas e, ao final, o eclipse pareceu menos acentuado já que a luz pareceu voltar mais rápido do que quando ela havia sumido”, notou Rao.

O jornalista ainda notou que, apesar de ele próprio já esperar uma ocasião menos notável (em parte devido à previsão do tempo que já apontava por nuvens densas, e também pelo histórico climático da região), ele não pôde deixar de se sentir decepcionado. “Esse foi o 13º eclipse que eu acompanhei, desde quando comecei em 1972. Minha média para eclipses bem sucedidos é de 84.7%, então eu realmente posso estar ‘reclamando de boca cheia’ — mas, mesmo assim, essa derrota foi meio amarga”.

O próximo eclipse solar total será um “híbrido”, ou seja, ele começará em sua projeção total, transicionando para o que conhecemos como “anular”, que é quando a Lua não cobre completamente o Sol mesmo estando centralizada em sua posição – o que ocorre devido à órbita da Lua ser uma elipse que a deixa mais próxima da Terra que do Sol. Nestes casos, vemos o efeito conhecido como “anel de fogo”, onde a Luz do Sol é vista da borda da sombra da Lua.

A próxima ocasião está marcada para 20 de abril de 2023, vista do Parque Nacional de Cape Range, na Austrália. Entretanto, o Brasil terá – na mesma época – um eclipse anular para chamar de seu: em 14 de outubro, um sábado, a ocasião poderá ser visualizada por todo o país – entretanto, no nordeste (especificamente, Natal e João Pessoa), o anel de fogo será visto por completo.