“O Que Será do Cerrado”: artistas se unem em defesa do bioma ameaçado
Com vozes como Marina Sena, Alexandre Carlo (Natiruts) e Célia Xakriabá, novo EP idealizado por Carlos Rennó e César Lacerda sai em defesa do Cerrado e exalta sua importância para o equilíbrio ambiental do país
Está previsto para ser lançado no dia 11 de agosto o EP “O que Será do Cerrado”, projeto idealizado pelos artistas Carlos Rennó e César Lacerda em defesa desse importante bioma brasileiro. E, antecipando o que vem por aí, chegou às plataformas de streaming o primeiro single, “O Cerrado Ameaçado”, nas vozes da cantora, compositora, multi-instrumentista Marina Sena e de Alexandre Carlo, vocalista, guitarrista e letrista da banda brasiliense de reggae Natiruts — ambos nascidos na região.
“Eu entendo a importância de lutar por esse bioma, por esse lugar, pelas nossas frutas, pelos nossos rios, cachoeiras, que são oásis pra gente”, disse Sena, que é natural de Taiobeiras, em Minas Gerais. Carlo, de Brasília, no Distrito Federal, acrescentou: “Além de ter nascido aqui, eu canto o Cerrado pelos quatro cantos desse planeta. Me sinto feliz e também consciente de que vai ser difícil uma reversão imediata, mas temos algum tempo para pensar seriamente sobre a escalada da devastação em nome da ganância e do dinheiro”.
O Cerrado é considerado o celeiro do mundo e a caixa d’água do Brasil, por ser responsável por grande parte da produção agrícola do nosso país e abrigar nascentes de importantes bacias hidrográficas. Mas, apesar da sua importância, é um dos biomas que mais sofre com o desmatamento.
A concepção e as letras são de Carlos Rennó, que assina a direção artística junto com César Lacerda. Rennó, que já havia se dedicado a canções em defesa do Pantanal e da Amazônia, reiterou a importância de chamar a atenção para esse bioma. “Estamos apenas começando a assistir eventos catastróficos. A preservação da Amazônia é importante não só para o Brasil mas para todo o mundo, e o Cerrado tem uma importância igual. No entanto, a Amazônia é mais exuberante, uma floresta para cima. Ao contrário da floresta do Cerrado, que é, como diz uma das letras, uma floresta invertida. Mas a gente sabe que para existir a própria Amazônia, o Cerrado se faz necessário”, avaliou.
Lacerda, nascido no Cerrado – em Diamantina, em Minas Gerais – complementou: “Falar do Cerrado, da desfiguração das suas imensas belezas com o único intuito de enriquecer o bolso de pouquíssimos, enfim, dar às mãos a esse bioma e pedir socorro é algo que está no meu coração há muito tempo”.
“O Que Será do Cerrado”
O EP conta com três vinhetas e três canções. Além de Sena e Carlo, participam Saulo Fernandes, Ellen Oléria, Célia Xakriabá (recitando), Chico Chico e Assucena. As vinhetas são apresentadas por Letícia Sabatella.
Os clipes das canções foram dirigidos pelo Coletivo Bijari e pelos cineastas Tainá de Luccas e Ivan Canabrava. As vinhetas têm direção de Lacerda e Tocavídeos. A produção executiva está a cargo da Circus Produções Culturais. O projeto ainda conta com a parceria de WWF-Brasil, Instituto Humanize e Bem-te-vi Diversidade.
