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Novas tecnologias estão redefinindo o futuro da água

Novas tecnologias estão redefinindo o futuro da água

A crescente escassez de recursos hídricos no mundo exige respostas tecnológicas concretas. Estima-se que, até 2030, a demanda por água doce supere em 40% a disponibilidade global, segundo a Conferência Mundial da Água da ONU (2023). Diante desse cenário, o reúso de efluentes municipais e industriais emerge não apenas como uma necessidade, mas como um dos pilares da sustentabilidade hídrica no século XXI.

Na GEMÜ, temos acompanhado de perto a evolução desse tema e trabalhado no desenvolvimento de soluções que viabilizem a reutilização com segurança, eficiência e viabilidade econômica.

A reutilização da água exige sistemas de tratamento altamente adaptáveis, capazes de lidar com uma variabilidade crescente de contaminantes, incluindo microplásticos, PFAS, fármacos e compostos orgânicos persistentes. Esse desafio técnico é superado por meio de abordagens multibarreiras, que combinam processos físico-químicos, biológicos e mecânicos, como filtração por membranas, oxidação avançada, adsorção e desinfecção por UV.

A inovação não para por aí. O avanço da digitalização e da chamada “Água 4.0” está transformando a operação de sistemas de reúso. A integração de sensores inteligentes, algoritmos de inteligência artificial e digital twins permite um controle em tempo real da qualidade e da eficiência dos processos.

Soluções de reaproveitamento dependem da precisão e da durabilidade dos componentes de controle, em especial, das válvulas industriais. Na GEMÜ, temos um portfólio completo que atende às mais diversas exigências, desde águas com elevada salinidade ou carga orgânica até efluentes corrosivos e abrasivos.

Válvulas de diafragma, por exemplo, oferecem excelente resistência química e são ideais para líquidos agressivos ou com partículas. Já válvulas de esfera e borboleta se destacam em aplicações que exigem alta confiabilidade no controle on/off. Modelos com passagem plena minimizam riscos de obstrução em sistemas com sólidos em suspensão.

A escolha criteriosa de materiais, como PVDF, PTFE, PP e aços inoxidáveis especiais, garante durabilidade mesmo sob condições extremas. Além disso, a integração com sistemas de automação e comunicação digital, como IO-Link ou TCP/IP, assegura compatibilidade com arquiteturas modernas de controle industrial.

Mas apesar dos avanços técnicos, o reúso ainda enfrenta três barreiras principais: custo, regulação e aceitação social.

Em muitas regiões, a água bruta ainda é mais barata que a água tratada. Contudo, o panorama está mudando. A reutilização pode gerar economias significativas para indústrias e municípios, especialmente quando comparada à dessalinização, cujo custo pode ser até duas vezes maior. Além disso, as pressões regulatórias estão se intensificando, levando empresas a adotarem medidas proativas.

No aspecto normativo, o mundo ainda carece de uma padronização abrangente. A União Europeia deu um passo importante com o Regulamento (UE) 2020/741, definindo parâmetros mínimos para reúso na agricultura. Já nos Estados Unidos, estados como Califórnia e Arizona avançam com diretrizes para reúso direto e indireto em abastecimento humano.

Por fim, o fator humano: a aceitação da água reutilizada depende de educação, transparência e confiança nas tecnologias empregadas. Nesse sentido, o papel de organizações como a IWA (International Water Association) e da indústria é fundamental.

No Brasil, embora tenhamos uma das maiores reservas de água doce do mundo, enfrentamos desafios regionais sérios. O aproveitamento de água ainda é incipiente, mas o potencial é vasto. Setores como mineração, alimentos e bebidas, papel e celulose, e indústria química já começam a integrar o reúso em seus processos produtivos.

O reúso de efluentes não é mais uma opção, é um imperativo para a resiliência hídrica global. Com a combinação adequada de tecnologia, regulação e engajamento social, podemos transformar um passivo ambiental em ativo estratégico. E a GEMÜ, com seu know-how internacional e presença local, está pronta para liderar esse processo.

Sobre o autor – Dr. Carsten Persner é o Market Segment Manager de Tratamento de Água na Business Unit Industry da GEMÜ. Com vasta experiência em soluções tecnológicas para o tratamento e reúso de água, Carsten lidera iniciativas estratégicas e inovações no segmento de água, com foco no desenvolvimento de soluções sustentáveis e eficientes para a indústria.

Sobre a GEMÜ do Brasil – Com fábrica em São José dos Pinhais (PR) desde 1981, a GEMÜ do Brasil produz válvulas e outros equipamentos de alta tecnologia para diversos setores. Na divisão Industrial, fornece produtos para os setores de siderurgia, mineração, fertilizantes, bem como para integrar sistemas de geração de energia, entre outros. Na divisão PFB (Farmacêutica, Alimentícia e de Biotecnologia), é líder mundial em soluções para sistemas estéreis, que incluem a fabricação de vacinas, remédios e novas aplicações de envase de alimentos e bebidas.

Sobre o Grupo GEMÜ – O Grupo GEMÜ é um dos líderes mundiais na fabricação de válvulas, sistemas de medição e controle. Desde sua fundação em 1964, a empresa alemã com foco global se estabeleceu em importantes setores industriais, graças a seus produtos inovadores e soluções personalizadas para controle de processos. A GEMÜ é líder mundial no mercado de aplicações de válvulas estéreis nas indústrias farmacêutica e de biotecnologia. O Grupo GEMÜ emprega mais de 2 mil pessoas em todo o mundo, com plantas na Alemanha, Suíça, China, Brasil, França, EUA e Índia. A rede de distribuidores está presente em mais de 50 países nos cinco continentes. Veja mais no site.