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Nova York ganhará minifloresta para combater efeitos do clima e apoiar biodiversidade

Nova York ganhará minifloresta para combater efeitos do clima e apoiar biodiversidade

A Manhattan Healing Forest, como foi batizada, terá fauna e flora diversificada e ficará estrategicamente posicionada para estabilizar o solo e captar água

À medida que a temperatura do planeta aumenta, e tempestades e inundações se tornam mais frequentes, surgem ao redor do mundo pequenas florestas pensadas para ajudar a melhorar os microclimas locais. A mais recente está sendo implementada em Nova York, no extremo sul da Ilha Roosevelt, no East River.

Segundo sua idealizadora, a organização SUGi, a Manhattan Healing Forest, como foi batizada, terá fauna e flora diversificada e servirá “como um pulmão em miniatura para a cidade, fornecendo habitat para aves migratórias, borboletas e uma variedade de vida selvagem urbana”, além de oferecer “um refúgio de tranquilidade para quase 12.000 residentes em meio à movimentada paisagem urbana”.

A floresta foi estrategicamente posicionada para estabilizar o solo e captar água. “Somos uma ilha. Pensamos em inundações, pensamos em tempestades, e o melhor tratamento para isso é plantar uma árvore”, disse Christina Delfico, fundadora do iDig2Learn, um grupo sem fins lucrativos que trabalha para reconectar as pessoas com a natureza e que está ajudando a liderar o projeto, ao New York Times. “As raízes vão estabilizar a terra. Com solo bom, não haverá inundações. A selva de concreto precisa de pequenas florestas.”

Localização da futura Manhattan Healing Forest — Foto: Divulgação
Localização da futura Manhattan Healing Forest — Foto: Divulgação

A Manhattan Healing Forest será plantada usando o método Miyawaki, criado pelo botânico e ecologista vegetal japonês Akira Miyawaki. Na prática, se dá da seguinte forma: primeiro, a terra é cuidadosamente preparada, geralmente com composto e cobertura orgânica de folhas e galhos, e em seguida, árvores e arbustos nativos são plantados próximos uns dos outros, estimulando o rápido crescimento das plantas. No local, serão plantadas 1.000 árvores de 40 espécies nativas.

Os idealizadores dizem que essas florestas se tornam autossuficientes em três anos e podem atingir a maturidade em algumas décadas. Elas servem como uma barreira viva contra inundações e erosão, evitam o escoamento de poluentes, melhoram a qualidade do ar, absorvem carbono e ainda fornecem habitat para insetos e vida selvagem.

O NYT destaca que milhares de miniflorestas foram plantadas em todo o mundo, em cidades da Europa, África, América do Sul (incluindo o Brasil), Ásia, Rússia e Oriente Médio.

Muitas delas mal têm o tamanho de uma quadra de tênis, mas os seus criadores relatam uma série de benefícios, como arrefecimento em climas quentes, absorção de águas das cheias e o regresso de aves que se pensava terem desaparecido.

Nos Estados Unidos, florestas do estilo Miyawaki foram plantadas nos últimos anos em Los Angeles, no estado de Washington e em Cambridge, Massachusetts. A da Ilha Roosevelt será a 200ª implementada pela SUGi.

Minifloresta Capão Redondo, em SP — Foto: Divulgação
Minifloresta Capão Redondo, em SP — Foto: Divulgação

Cases brasileiros

No Brasil, o projeto é responsável por quatro projetos de miniflorestas, todas no estado de São Paulo. São elas: Capão Redondo, Jardins Florestais Escolares, Sala de aula Mata Atlântica 1 e 2

A Floresta Capão Redondo está localizada no Centro Educacional Unificado (CEU) do bairro Capão Redondo, altamente urbanizado e de baixa renda.Além de ser um centro cultural e esportivo aberto à comunidade local, o CEU Capão Redondo possui 3 escolas públicas que atendem quase 3 mil alunos de 0 a 15 anos.

A minifloresta, que conta com 2,6 mil árvores de 95 espécies, restaurou uma área degradada de Mata Atlântica nativa mostrando aos estudantes e à comunidade local como um deserto de biodiversidade em um ambiente urbano pode ser transformado novamente em um ecossistema próspero. “A criação desta floresta nativa no pátio da nossa escola irá aumentar a consciência sobre a necessidade de preservar e regenerar a natureza… e aumentar o bem-estar de toda a nossa comunidade”, Eliseu Pereira Neves, Presidente do Conselho de Administração do CEU Capão Redondo.