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No combate ao aquecimento global, estudo estabelece novos limites para implantação de aerossóis

No combate ao aquecimento global, estudo estabelece novos limites para implantação de aerossóis

Há limites práticos para a altura em que os aerossóis podem ser implantados na atmosfera para desviar a luz solar e combater o aquecimento global. Injeções de alta altitude podem ser mais eficazes, mas essa intervenção climática vem com custos substancialmente maiores e riscos de segurança, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta segunda-feira (14), na Environmental Research Communications.

Estudos tentam a viabilidade de depositar aerossóis bem acima do limite de 20 km na atmosfera da Terra para desviar a luz solar e combater o aquecimento global. Imagem: Bilanol – Shutterstock

Após um estudo que ganhou destaque em 2018 demonstrando tecnologias pelas quais seria viável realizar a geoengenharia solar, a nova abordagem é a primeira a avaliar a segurança e o custo-efetividade da implantação a uma altitude de 25 km.

De acordo com o Instituto de Física (IOP), principal associação dos profissionais de física do Reino Unido e da Irlanda, o relatório responde diretamente a uma pergunta feita pela Academia Nacional de Ciência, Engenharia e Medicina dos EUA em um estudo histórico de março de 2021 que reconheceu a necessidade de pesquisas adicionais sobre a viabilidade de depositar aerossóis bem acima do limite de 20 km.

Céu não é o limite na luta contra o aquecimento global

“Essa conclusão deve alterar a forma como os modelos de intervenção climática são executados globalmente e mostra que os limites práticos precisam ser pesados contra a eficácia radiativa na concepção de programas de geoengenharia solar”, declarou Wake Smith, pesquisador do IOP e principal autor do estudo.

Vários estudos proeminentes na última década observaram que a implantação de aerossóis estratosféricos a uma altitude de 25 km seria mais eficaz do que a 20 km, fazendo com que os modeladores climáticos incorporassem tais implantações elevadas em seus estudos.

Para referência, aviões e jatos militares cruzam rotineiramente a cerca de 10 km, enquanto 20 km é o reduto de aviões espiões e drones de alto voo. Planejar lançar centenas de milhares de voos anuais de implantação de geoengenharia solar para altitudes inacessíveis até mesmo para aviões espiões de elite não só aumentaria substancialmente os custos, mas representaria riscos inaceitáveis de segurança para tripulações de voo, aeronaves e o público não envolvido em solo.

De acordo com Smith, “Há um teto no céu acima do qual aeronaves tradicionais não podem operar, e a marca de 25 km está acima dela”.