Mineração de criptomoedas gera toneladas de lixo eletrônico por ano
A mineração de criptomoedas produz cerca de 30,7 toneladas de lixo eletrônico por ano. Esses são os dados de uma recente pesquisa publicada na revista Resources, Conservation & Recycling.
O estudo conduzido por pesquisadores holandeses revela que, em média, são gerados 272g de resíduos a cada transação de moedas digitais. Em uma breve comparação, o recente iPhone 13 pesa 173g.
Os resíduos eletrônicos de mineração são equivalentes ao descarte de dispositivos da Holanda.Fonte: 3M/Divulgação
Conforme a pesquisa, os computadores usados na mineração se tornam obsoletos rapidamente e ampliam a produção de lixo eletrônico. Estima-se que os dispositivos utilizados para as transações têm uma vida útil média de apenas 1,29 anos.
Além disso, os chips de Circuito Integrado de Aplicação Específica (ASICs) estão contribuindo para o aumento de resíduos. Usadas por mineradoras para economia de energia, essas peças não podem ser reaproveitadas para outras funções.
Dessa maneira, a quantidade de lixo eletrônico produzido é equivalente ao descarte anual de pequenos aparelhos de TI e telecomunicações de países como a Holanda. Essa categoria inclui celulares, computadores pessoais, impressoras e telefones.
Reciclagem e crise global de chips
Embora os chips ASICs não possam ser reaproveitados, diversos componentes dos computadores usados na mineração podem ser reciclados. Por exemplo, as carcaças de metal e dissipadores de alumínio.
Entretanto, pouco mais de 17% de todo o lixo eletrônico global acaba sendo reciclado. Esse número é ainda menor em países em que as regulamentações são precárias e, surpreendentemente, abrigam a maioria das mineradoras.
Regulamentações ultrapassadas dificultam o processo de reciclagem de peças eletrônicas.Fonte: PxHere/Reprodução
O estudo também faz um alerta em relação à atual crise dos chips. A alta demanda devido ao curto ciclo de vida útil de milhões de dispositivos usados na mineração pode afetar a cadeia de abastecimento global de outros eletrônicos.
Portanto, os pesquisadores sugerem que as criptomoedas, como o Bitcoin, mudem a forma de verificação das transações. Com isso, a solução seria encontrar um sistema com menos uso de computação.