Mamãe e filhotes de aranha pré-histórica ficam presos em âmbar
Uma família de aranhas pré-históricas foi encontrada conservada em um âmbar birmanês de 99 milhões de anos. Trata-se de uma mamãe aranha protegendo um saco de ovos prestes a eclodir antes de ser atingida pela resina.
Em outro pedaço de âmbar, é possível observar um grupo de aranhas que tinham acabado de nascer e fragmentos de uma perna. Isso sugere que, assim que nasceram, os filhotes permaneceram juntos e foram cuidados pela mãe.
Esses registros fazem parte de um detalhado estudo publicado na revista ‘Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences’.
Que aranha é essa?
Trata-se da extinta espécie de aranha Lagonomegopidae, que se assemelham às modernas aranhas saltadoras. Esse pequeno artrópode viveu no período Carbonífero, entre 359 e 299 milhões de anos atrás.
Os pesquisadores descobriram a identidade da aranha por meio de uma tomografia computadorizada. O exame serviu para verificar a existência de características típicas da espécie, como o par de olhos grandes localizados nos cantos dianteiros da cabeça.
Fósseis estudados anteriormente revelaram que esses olhos tinham um tapete refletor. Isso significa que os olhos delas brilhavam no escuro, semelhante ao que vemos em gatos atualmente.
Instinto materno
É difícil acreditar que a aranha seja uma espécie maternal. Porém, esse fóssil comprova não apenas que existe uma mamãe cuidadora por trás de todas aquelas patas, mas também que esse comportamento é antiquíssimo.
“Embora esperássemos que as aranhas tivessem tido instintos maternais desde o início, é, sem dúvida, muito bom ter provas físicas reais do registro fóssil de cerca de 100 milhões de anos atrás”, disse Paul Selden, professor emérito Gulf-Hedberg da Universidade de Kansas, à CNN.
Outros artrópodes, como insetos e crustáceos, também apresentam certo comportamento maternal. No entanto, entenda ‘cuidado materno’ como “qualquer esforço dos pais que melhore a aptidão de seus descendentes, e muitas vezes a um custo para a sobrevivência e reprodução futura dos pais”, escreveram os pesquisadores no estudo.