Lua Mimas de Saturno pode ter um oceano líquido interno
Oceano na Estrela da Morte
Saturno pode ter mais uma lua abrigando um oceano líquido abaixo de sua superfície gelada: Além do oceano já conhecido de Encélado, a pequena lua Mimas também pode conter água subterrânea, dizem astrofísicos.
A conclusão é surpreendente porque Mimas, com apenas cerca de 400 km de diâmetro, parece um mundo árido e seco, com poucos ou nenhum sinal de camadas lisas de material congelado na superfície – Mimas é também conhecida por se parecer com a Estrela da Morte de Guerra nas Estrelas, graças a uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar.
Contudo, a pequena lua também tem uma densidade muito baixa, de apenas 1,15 g/cm3, o que é compatível com uma grande quantidade de gelo de água.
Mas foi analisando a órbita de Mimas que Valéry Lainey e colegas do Observatório de Paris desconfiaram que pode haver água líquida abaixo de sua superfície gelada, uma espécie de oceano interno: A órbita da lua apresenta irregularidades que não podem ser explicadas apenas pelas interações de maré com Saturno.
Os dados coletados pela sonda espacial Cassini mostram que Mimas balança ligeiramente, o que produziu um deslocamento de 10 quilômetros de sua órbita em torno de Saturno ao longo de 13 anos.
Ao colocar esses dados em um simulador, a equipe descobriu que esse rebolar da lua pode ter duas explicações: Ou ela tem um núcleo interno com um formato de panqueca, o que é altamente improvável, ou há um oceano de água líquida em seu interior. Isso também parece improvável visualmente, devido à ausência de quaisquer marcas na superfície, mas esta foi a explicação escolhida pelos cientistas como a mais provável.
Se Mimas tem realmente um oceano interno, isso tem implicações significativas para a nossa compreensão do potencial de vida fora da Terra, sugerindo que mesmo luas pequenas e aparentemente inativas podem abrigar oceanos ocultos capazes de suportar condições essenciais à vida.
Artigo: A recently-formed ocean inside Saturns moon Mimas
Autores: Valéry Lainey, N. Rambaux, G. Tobie, N. Cooper, Q. Zhang, B. Noyelles, K. Baillié
Revista: Nature
Vol.: 626, pages 280-282
DOI: 10.1038/s41586-023-06975-9