Lagartas também contribuem com o aquecimento global; entenda o motivo
Além das causas já conhecidas que colaboram para as mudanças climáticas, como os gases de gado criado para consumo e atividades humanas, como carros e indústrias, outro fator pode estar contribuindo para esse mal: as lagartas. De acordo com um novo estudo, a lagarta da mariposa-cigana (Lymantria dispar) e a lagarta de tenda (Malacosoma americanum) contribuem para as emissões de carbono na atmosfera por liberarem nas águas resíduos ricos em nitrogênio.
Esses dois tipos de lagartas, como diz o estudo, comem folhas de árvores coníferas e decíduas. Durante o processo de mastigação, as folhas são trituradas e os insetos absorvem o nitrogênio que, sem uso para seu pequeno organismo, vira excremento e chega nos lagos. Então, a substância estimula o crescimento de bactérias que emitem dióxido de carbono na atmosfera. Já o carbono expelido nas águas vira alimento de algas.
Ao longo de 32 anos, Andre Tanentzap, um dos autores do estudo, conta que viu uma redução de até 30% nos níveis de carbono em lagos durante surtos de insetos, além de um aumento de mais de 100% no nitrogênio. O pesquisador explica que surtos de insetos acontecem quando mais de 50% de uma área é desfolhada, o que hoje em dia acontece a cada cinco anos.
Tanentzap diz que ainda é preciso avaliar de forma mais detalhada a quantidade de carbono que pode ser emitida na atmosfera, e o que pode ser feito para combater essa emissão excessiva. O uso de pesticidas pode ajudar a controlar as lagartas, mas o produto por si só também é nocivo ao meio-ambiente. O pesquisador ressalta que o estudo é mais como uma parte da resposta às mudanças climáticas que estamos enfrentando do que um alarme.
O estudo completo está disponível neste link.