Inovação Nordestina: umbu vira estrela de uma nova bebida fermentada

O Nordeste brasileiro segue se destacando como polo de inovação sustentável e aproveitamento de recursos naturais.
Novo potencial da Caatinga
Um exemplo promissor é o fermentado de umbu gaseificado, uma bebida desenvolvida a partir do fruto típico da Caatinga, com potencial para conquistar o mercado nacional e internacional.

Um dos proejtos em andamento, é fruto da parceria entre a Embrapa e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), une tradição, ciência e sustentabilidade para criar um produto que se alinha às tendências globais de consumo.
Destaques do fermentado de umbu

Para facilitar a visualização das características e impacto do produto, segue uma tabela com informações-chave:
Aspecto | Detalhes |
---|---|
Fruto utilizado | Umbu, típico do bioma Caatinga |
Processo de produção | Método tradicional usado em espumantes, com duas fermentações |
Aroma | Notas frutadas e florais, devido aos ésteres e terpenos do umbu |
Aceitação | Ótimos resultados em testes de consumidores, com ajustes no teor de açúcar |
Sustentabilidade | Uso de frutos de forma planejada para reduzir desperdícios |
Impacto regional | Geração de renda e valorização da biodiversidade no Semiárido |
Sobre o fermentado de umbu
- Metodologia refinada: A bebida segue o método tradicional usado na produção de espumantes renomados, com fermentação inicial para criar o “vinho base” e uma segunda fermentação na garrafa para gerar gás naturalmente.
- Mercado em crescimento: O mercado global de bebidas fermentadas tem projeção de crescer de US$ 2,27 trilhões em 2024 para US$ 3,06 trilhões até 2029, impulsionado por consumidores em busca de produtos únicos e autênticos.
- Sustentabilidade e inovação: Além de minimizar o desperdício de umbu, a produção contribui para a economia circular e aproveita uma matéria-prima abundante no Semiárido.
- Potencial econômico: O projeto fortalece a agricultura local com o incentivo ao cultivo planejado de umbuzeiros e gera novas oportunidades para pequenos agricultores.
Impactos para o Semiárido
O umbuzeiro, adaptado às condições adversas da Caatinga, é uma fonte de renda sustentável para agricultores da região.
De acordo com Saulo de Tarso Aidar, coordenador do projeto pela Embrapa Semiárido, o cultivo planejado e o desenvolvimento de produtos de alto valor agregado podem transformar a economia local. “O umbu não é apenas um fruto, é uma solução econômica e ambiental para o Semiárido”, afirma o pesquisador.
A produção do fermentado gaseificado também reforça o uso sustentável da biodiversidade, colocando o Nordeste em destaque como uma região que alia tradição e inovação para competir no mercado global de bebidas.
Na Bahia, pesquisa ja chegou na fase comercial
Na Bahia, maior produtor do Brasil o estudo do fermentado ja chegou na venda comercial
Com 90% do umbu brasileiro concentrado na Bahia, a pesquisa liderada por Breno de Paulo, engenheiro de alimentos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos, busca agregar valor ao fruto, tradicionalmente comercializado in natura ou como polpa.
Segundo Breno, a tecnologia tem potencial para beneficiar agricultores familiares, especialmente quando organizados em cooperativas, como a Coopercuc, em Uauá (BA), que já exporta produtos da Caatinga. O vinho fermentado de umbu seria uma nova oportunidade para ampliar os mercados.
Produção e vantagens
- Processo: Similar ao do vinho convencional, com ajustes como a microfiltração para maior clareza do produto.
- Mercado: Produto já testado com sucesso no Senai, precisando apenas de ajustes finais.
- Impacto econômico: Hoje, agricultores recebem entre R$ 5 e R$ 10 por saca de 60 kg de umbu in natura; o vinho pode aumentar significativamente esse valor.
Essa alternativa agroindustrial reforça o potencial do umbu como recurso estratégico para o Semiárido, promovendo desenvolvimento e geração de renda para pequenos produtores.