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Grandes lagos sofrem seis vezes mais ondas de calor extremo do que há 20 anos

Grandes lagos sofrem seis vezes mais ondas de calor extremo do que há 20 anos

Os maiores lagos do mundo estão sofrendo ondas de calor extremos seis vezes mais frequentes do que há duas décadas, segundo novo estudo liderado pela Bangor University. A análise sugere que 94% dessas ondas são atribuídas às atividades humanas.

O novo estudo é um dos primeiros a estimar como as mudanças climáticas, produzidas pela emissão de gases de efeito estufa (GEE), afetam as ondas de calor em lagos e como eles estão se comportando diante de um mundo ainda mais quente.

Os lagos Vitoria e Turkana fazem parte dos Grandes Lagos Africanos, localizados na África Central (Imagem: Reprodução/ESA)

Em escala global, as ondas de calor extremo em lagos são três vezes mais prováveis de acontecer em um mundo 1,5 °C mais quente e até 25 vezes em um cenário de 3,5 °C de aquecimento, em comparação a temperatura média anterior a Revolução Industrial.

Além disso, a pesquisa estimou que 94% das ondas de calor das últimas décadas estão atreladas às atividades antropogênicas. “A maioria das ondas de calor severas em lagos que analisamos tinha uma marca antropogênica significativa”, ressaltou Iestyn Woolway, principal autor do estudo.

Calor extremo em lagos

Para a análise, a equipe de cientistas usou os dados de temperatura da superfície obtidos por satélites da Agência Espacial Europeia (ESA). Entres 1.000 lagos, apenas 78 tinham tamanho suficiente para informar a temperatura em vários pontos, com dados compreendidos de 1995 a 2019.

Números de ondas de calor extremos em lagos registrados entre 1995 e 2019 (Imagem: Reprodução/ESA/Woolway et al.)

Nessa lista de lagos estavam os maiores do mundo, como o Lago Baikal, o Lago Vitória e o Lago Erie. Em seguida, a equipe aplicou as informações em modelos climáticos para prever como as mudanças climáticas influenciarão as ondas de calor no próximo século.

Para Woolway, a única maneira de lidar com isso, é reduzindo o aquecimento global. “Se as temperaturas continuarem a aumentar, as ondas de calor do lago ficarão progressivamente piores”, acrescentou.

A Iniciativa Climática da ESA tem fornecido registros abrangentes sobre o clima global para, além de apoiar a ciência do clima, informar medidas eficazes para enfrentar as consequências negativas das mudanças do clima global.

A pesquisa foi apresentada no período científico Geophysical Research Letters.