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Expedição da Unesco descobre, no Taiti, um recife de corais em águas profundas

Expedição da Unesco descobre, no Taiti, um recife de corais em águas profundas

Mundo já perdeu metade dos recifes de corais nos últimos 70 anos. O problema principal é o aquecimento do planeta.

Pesquisadores marinhos descobriram uma raridade perto do Taiti, um recife de coral gigante e em ótimo estado de conservação.

O projeto da Unesco ignorou a superfície de águas cristalinas da Polinésia Francesa. Os pesquisadores estavam interessados na zona mesofótica do mar – uma palavra de origem grega para “meia luz”.

Entre 30 e 120 metros de profundidade reina a penumbra. Os mergulhadores só foram a fundo por causa de um avanço tecnológico: o reciclador do ar expirado – que deu a eles tempo para mapear a região. E quando chegaram lá, deram de cara com um mar de rosas.

Os oceanógrafos explicaram que os corais de superfície têm forma de galhos. Mas esses são do tipo foliacious – significa “folha” em latim. A forma floral dá aos corais mais área para absorver luz. Alguns têm dois metros de diâmetro, o que indica que esse jardim submarino tem perto de 20 anos. E estava ali, imaculado, um recife que vai além de onde a vista alcança, com mais de 3 quilômetros.

Os corais são animais que abrigam dois terços dos peixes do mar – uma em cada quatro espécies marinhas. Ninguém esperava essa qualidade de ecossistema ali; não tem um sinal de doença nem de mortalidade. Esse lugar a 2 quilômetros da costa do Taiti não sentiu impacto da poluição ou pesca excessiva.

O mundo já perdeu metade dos recifes de corais. A ONU estima que até o fim do século nenhum vai resistir ao o branqueamento – que é quando o coral morre, perde a cor e o esqueleto fica exposto. O problema principal é o aquecimento global. E os cientistas se perguntam até que temperatura esses corais mais profundos conseguem resistir.

O chefe de Políticas Marinhas da Comissão Oceanográfica da Unesco avisou que o mundo só tem 10 anos para investir em conhecimento do oceano. Em entrevista, Julian Barbiere argumentou que governos já esmiúçam o cosmo, mas só mapearam em alta definição 20% dos oceanos.

Ele explicou que o conhecimento é fundamental para conservação e até para compreensão dos impactos de fenômenos como tsunamis. É por isso que a equipe coletou as pétalas para ciência e guardou o resto na memória.