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Exame de sangue simples pode diagnosticar Alzheimer, indica estudo

Exame de sangue simples pode diagnosticar Alzheimer, indica estudo

Teste que avalia a presença da proteína p-tau217 no sangue se mostrou eficiente na detecção da doença

Cientistas europeus encontraram evidências de que um simples exame de sangue pode ajudar a diagnosticar o Alzheimer com mais rapidez – e com tanta eficácia quanto os exames cerebrais e as punções lombares que coletam amostra de líquido cefalorraquidiano.

O principal autor do trabalho, Nicholas Ashton, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e colegas avaliaram um teste comercial existente no mercado, chamado ALZpath, que determina a quantidade de proteína p-tau217 no sangue, um biomarcador bem conhecido para alterações no cérebro associadas ao Alzheimer.

A pesquisa, publicada na revista científica Jama Neurology, envolveu a análise de dados de diferentes ensaios realizados nos Estados Unidos, no Canadá e na Espanha e que contaram com a participação de 786 pessoas com e sem deficiência cognitiva.

Conforme relatado pelo The Guardian, nesses três ensaios, os pacientes foram submetidos a uma punção lombar ou a um exame PET amiloide para identificar sinais de proteínas amiloide e tau – características do Alzheimer.

A equipe, então, comparou as descobertas com os resultados do exame de sangue ALZpath, e constatou que ele foi tão preciso quanto os baseados em punções lombares e superior às avaliações de atrofia cerebral na identificação dos sinais da doença.

“Oitenta por cento dos indivíduos poderiam ser diagnosticados definitivamente com um exame de sangue sem qualquer outra investigação”, disse Ashton.

Richard Oakley, diretor associado de pesquisa e inovação da Alzheimer’s Society, pontuou ao The Guardian que o estudo foi um passo bem-vindo.

“Isso mostra que os exames de sangue podem ser tão precisos quanto os testes mais invasivos e caros para prever se alguém tem características da doença de Alzheimer no cérebro”, observou. “Além disso, sugere que os resultados destes testes podem ser suficientemente claros para não exigirem mais investigações de acompanhamento para algumas pessoas que vivem com a doença de Alzheimer, o que poderia acelerar significativamente o caminho do diagnóstico no futuro”.

Mas ele enfatizou que são necessários mais trabalhos: “Ainda precisamos de mais pesquisas em diferentes comunidades para compreender a eficácia desses exames de sangue em todas as pessoas que vivem com a doença de Alzheimer”.