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Estudo aponta que aquecimento global influenciou onda de calor na Europa

Estudo aponta que aquecimento global influenciou onda de calor na Europa

A crise está ligada, segundo cientistas, ao aumento da emissão de gases que agravam o efeito estufa

Um estudo internacional concluiu que o aquecimento global teve influência direta na temperatura recorde registrada pelo Reino Unido na semana passada.

A onda de calor que matou portugueses e espanhóis em incêndios florestais, que destruiu casas na França, na Inglaterra, que literalmente derreteu pista de aeroporto em Londres, foi, sim, um sintoma da crise climática.

Calor na Europa é efeito do aquecimento global — Foto: Jornal Nacional

Calor na Europa é efeito do aquecimento global — Foto: Jornal Nacional

A nova pesquisa concluiu que, se não fossem as mudanças causadas pelos humanos, a temperatura extrema da semana passada na Europa teria sido de 2°C a 4°C menos quente, o que faz muita diferença.

A crise está ligada, segundo cientistas, ao aumento da emissão de gases que agravam o efeito estufa. A queima de carvão e petróleo, por exemplo, alguns dos chamados combustíveis fósseis, colabora muito para isso. Os efeitos estão aí. No último dia 19, o Reino Unido registrou um calor recorde.

Aquecimento global provoca mudanças nas temperaturas  — Foto: Jornal Nacional

Aquecimento global provoca mudanças nas temperaturas — Foto: Jornal Nacional

O estudo de agora diz que o aquecimento global aumentou em pelo menos dez vezes o risco de a temperatura lá passar dos 40°C. Participaram dessa pesquisa cientistas da África do Sul, Alemanha, França, Suíça, Nova Zelândia, Dinamarca, Estados Unidos e Reino Unido.

O calor extremo da semana passada atrasou e suspendeu viagens de trem, de metrô e teve de fato um impacto na rotina das cidades da Inglaterra, que não estão preparadas para isso.

Um detalhe que chama atenção no estudo é como o resultado saiu tão rápido. Cientistas costumam publicar esse tipo de análise mais de um ano depois do evento climático, mas a ciência está avançando.

Em uma cidade próxima a Londres, a equipe do JN conversou com a pesquisadora Mariam Zachariah, do Imperial College, que participou do estudo. Ela explicou que um grupo internacional de especialistas desenvolveu métodos científicos e matemáticos para chegar mais depressa à conclusão de qual é o impacto das mudanças climáticas em determinados fenômenos extremos.

E que poder divulgar os resultados nessa velocidade é importante tanto para que as pessoas, ainda sob o impacto do evento climático, assimilem melhor os efeitos da crise do clima quanto para que as autoridades desenvolvam políticas públicas.

O programa de monitoramento também atribuiu à atividade humana o aumento da frequência de enxurradas como as que castigaram várias partes do Nordeste brasileiro em maio e junho deste ano.

A cientista disse que esses eventos no Brasil foram 20% mais intensos que o normal, por causa das mudanças do clima.

E que tudo isso significa que não dá mais para cidadãos, empresas e governos acharem que lidar com as mudanças climáticas é algo secundário, que pode ficar para depois.