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Empreendedora lança loja de biquínis que se decompõem em 3 anos após o descarte

Empreendedora lança loja de biquínis que se decompõem em 3 anos após o descarte

Kauwela, nome que significa “verão” em havaiano, produz peças de beachwear com proteção UV e sustentabilidade da fábricação à entrega

Leticia Azevedo admirava mulheres empreendedoras desde pequena e nutria o sonho de abrir o seu próprio negócio. Ainda estudante de design de moda na Universidade Belas Artes, ela iniciou o planejamento da Kauwela a partir do seu primeiro contato com o conceito de moda sustentável. “Era um assunto muito em alta, o TCC de todo mundo, e se tornou um módulo obrigatório nas aulas, foi algo incrível. Eu já tinha um interesse meu com a sustentabilidade, então pra mim ficou muito claro que eu deveria unir estes dois conceitos. A moda e o sustentável”, afirma.

Já para a escolha do segmento, a empreendedora conta que sentia certa insegurança em usar trajes de banho e os evitava a todo custo, mas que sabia que não deveria ser assim. “O fato de todos os dias colocar um biquíni e tomar um pouco de sol mudou muito minha vida. Lembro do dia em que eu me senti 100% confortável naquele biquíni e foi aí que eu decidi que queria fazer parte desse momento na vida de outras mulheres”, diz Azevedo, acrescentando que recebe muitos feedbacks sobre os biquínis da marca serem os primeiros de muitos clientes.

Unir a sustentabilidade ao negócio não foi fácil a princípio. Apesar de ser um nicho em alta entre as empresas, Azevedo conta que a estrada foi longa: “Eu comecei a estudar muito e via muitas marcas que lançavam uma coleção sustentável, mas na hora da entrega, vinha embalada em plástico, com etiqueta plástica. E isso não fazia sentido para mim. Eu queria que todos os detalhes da minha marca fossem sustentáveis.” Com isso, ela pensou em algumas formas de tornar não só as peças, mas todo o processo desde a fabricação até o descarte, aliados do meio ambiente.

Os biquínis Kauwela são biodegradáveis e após o descarte, quando exposto a condições favoráveis, se decompõem em três anos. “Eu preciso explicar para o cliente que isso não é algo que acontece na sua casa, por exemplo. O processo de degradação é natural e depende de um ambiente propício, com pouca luz, pouco oxigênio, em contato com bactérias e umidade.” Além disso, todas as peças acompanham certificado de produção sustentável, uso de água reutilizada e com o selo CO2 Control. A empreendedora conta que faz parte do pilar da marca tornar a entrega dos produtos sustentável também, com embalagem de algodão cru, etiqueta termocolante, flyers feitos com papel-semente e caixas feitas de material 100% reciclado e 100% reciclável.

Além dos biquínis e maiôs com proteção solar, anti-odor e atóxicos, Azevedo passou a investir em acessórios ecológicos como ecobags, óculos de sol, canudos de metal, escova de dentes de bambu e discos de algodão. Em 2021, a empresa faturou pouco mais de R$ 38 mil com as peças. Para 2022, as pretensões são aumentar a grade de tamanhos e adicionar uma linha de roupas casuais e fitness.