Emirados Árabes trabalha para produzir tâmaras no Nordeste
A Embrapa, com apoio dos Emirados Árabes, está liderando um projeto pioneiro para a produção de tâmaras no semiárido da Bahia.
Com o envio de 110 mudas de 12 espécies diferentes de tamareiras, o objetivo é testar a viabilidade comercial dessa cultura. Dessa forma, aproveitando as condições climáticas da região para impulsionar o cultivo local e explorar oportunidades de exportação para os grandes mercados consumidores.
O governo da Bahia está engajado em promover esse cultivo como um projeto piloto, incentivando a produção sustentável de tâmaras durante todo o ano. “Hoje, com as tecnologias de irrigação no solo do semiárido, conseguimos frutos de forma mais rápida”, explica Maria Auxiliadora Coêlho de Lima, chefe-geral da unidade Embrapa Semiárido. A iniciativa, segundo ela, tem o potencial de agregar valor à economia da região ao adaptar essas plantas de clima desértico ao contexto nordestino.
A Embrapa já avaliou espécies com bom desempenho no solo nordestino nas décadas de 1980 e 1990. Contudo, o projeto não avançou devido às dificuldades em identificar as plantas masculinas e femininas, fator essencial para a produção comercial.
Agora, com maior conhecimento científico e em parceria com os Emirados Árabes, o projeto ganha nova força.
Com irrigação adequada, o cultivo pode ser acelerado, antecipando a produção e, consequentemente, o retorno financeiro. “Produzir tâmaras no Brasil em um tempo até menor do que nos países de origem traz um ganho considerável para os agricultores e para o desenvolvimento do semiárido”, destaca Auxiliadora.
Bahia inicia plantação
As mudas, que foram recebidas pelos Emirados e passaram por quarentena na Embrapa em Brasília, estão sendo liberadas para plantio na Bahia, onde o clima e o solo apresentam características semelhantes aos ambientes desérticos.
Primeiramente, o governo baiano, por sua vez, busca captar recursos de várias fontes, incluindo os Emirados, para consolidar a cadeia produtiva da tâmara na região.
Ao mesmo tempo, a Embrapa contribuirá com seu conhecimento técnico, identificando as melhores variedades e estabelecendo práticas de manejo, como o uso racional da água, nutrição adequada e identificação eficiente das plantas masculinas para melhorar a produtividade.
Quais as condições para o Nordeste Plantar Tâmaras?
Aspecto | Detalhes |
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Clima Ideal | Árido e semiárido, com temperaturas entre 25°C e 35°C. Necessita de clima quente e seco para melhor desenvolvimento. |
Necessidade de Água | Baixa a moderada, mas o uso de irrigação é recomendado para garantir produtividade e qualidade dos frutos. |
Solo | Solo arenoso ou levemente argiloso, com boa drenagem e moderada fertilidade. O pH ideal é entre 6 e 8. |
Espaçamento | 8 a 10 metros entre as plantas para garantir um bom desenvolvimento e facilitar a colheita. |
Tempo de Colheita | Em média, 4 a 7 anos após o plantio para alcançar produção significativa. |
Colheita | Feita manualmente; os frutos são colhidos em diferentes fases de maturação, dependendo do tipo de tâmara. |
Variedades Populares | Medjool, Deglet Noor, Khalas, Barhi, entre outras. |
Produtividade | Em condições ideais, uma tamareira pode produzir entre 60 e 100 kg de tâmaras por ano. |
Mercado | Alto valor agregado, principalmente em mercados como EUA, Europa, e alguns países árabes. |
Benefícios Econômicos | Alta rentabilidade, gera empregos na região e é uma cultura de longo prazo. |
Benefícios Ambientais | Adaptada ao clima seco, contribui para a conservação do solo e utilização eficiente da água. |
Principais Desafios | Demora na produção inicial, manejo específico de irrigação, seleção de plantas femininas e masculinas. |
Parceria com bases científicas
A princípio, essa parceria visa dar suporte técnico e criar um protocolo detalhado de avaliação. Desse modo, permitindo que o cultivo de tâmaras no semiárido baiano ocorra com bases científicas sólidas. Além disso, o objetivo é beneficiar tanto os pequenos quanto os grandes produtores.
“O semiárido nordestino precisa de atividades competitivas para aumentar a renda dos produtores locais, e a tâmara, um produto de alto valor agregado, tem tudo para desempenhar um papel importante nesse contexto”, afirma Auxiliadora. “Ao mesmo tempo, qtttttueremos posicionar a Bahia como um novo polo produtor de tâmaras, usando o conhecimento da Embrapa para fomentar essa cultura adaptada ao semiárido.”