Ela usou o tempo livre na quarentena para criar embalagens plásticas comestíveis
A quarentena fez com que os trabalhos desaparecessem de uma hora para outra. E foi justamente usando esse tempo livre que a baiana Kat Nogueira conseguiu criar embalagens plásticas comestíveis.
A inventora de 37 anos, nascida na cidade de Feira de Santana, começou o projeto de pesquisa dois anos atrás. Já tinha muito interesse em temas relacionados ao meio ambiente, pensando sempre na importância de reduzir a produção de lixo.
“Desde criança, sempre gostei de roça e, quando virei mãe, vi a necessidade de reduzir esses materiais no meio ambiente. Em 2014, fiz gestão ambiental e com os avanços da tecnologia sobre as novas embalagens feitas de várias plantas, resolvi estudar o assunto e veio a ideia de fazer uma produção com as PANCs (Plantas Alimentícias Não-Convencionais)”, disse ao portal de notícias do Governo da Bahia.
Kat afirma que o diferencial de todas as outras invenções já existentes no mercado é que, por ser feito de uma mistura de plantas, além de comestíveis, seu produto apelidado de Plastpanc pode até mesmo ser impermeável.
“Ele se degrada em pouco tempo e, como é feito de maneira caseira, costumo não usar muita água para produzir”, disse. Sua invenção de plástico filme, segundo ela mesma, é inédito. “Fiz o plástico filme a partir de um produto industrial vencido e que seria descartado. Quando vi a oportunidade, percebi que poderia utilizá-lo para a produção desse material”, concluiu.
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De acordo com dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020, a geração foi de 66,7 milhões de toneladas em 2010 para 79,1 milhões em 2019, uma diferença de 12,4 milhões de toneladas. O estudo coletado e publicado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) diz ainda que cada brasileiro produz, em média, 379,2 kg de lixo por ano, o que corresponde a mais de 1 kg por dia.
Atenta a essa necessidade de mudança, Kat fez algumas anotações e notou que o custo da produção de materiais sustentáveis ainda é muito alto. “Minha ideia é que seja um produto mais barato. Além disso, a outra motivação que tive foi quando comecei a prestar serviços em uma cooperativa de resíduos sólidos. Percebi que um dos grandes problemas do mundo são os plásticos, porém ele não chega a ser o grande vilão, mas sim o modo como é descartado”, contou.
O projeto de Kat chegou a vencer dois editais ligados às áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação. Agora ela deve avançar na pesquisa com o apoio de empresas conectadas com as mudanças necessárias para a preservação do meio ambiente.
“Meu objetivo é levar adiante para empresas que realmente tenham interesse em diminuir a produção e consumo de embalagens plásticas, substituindo-as pelas ecológicas e realmente orgânicas sem danos ao meio ambiente. Isso fortalece o cooperativismo e incentiva um consumo mais sustentável. Estou em fase final da produção dos plásticos e espero contar com parceiros que possam auxiliar nesse projeto inovador que pode ser um grande ganho para o mundo e o meio ambiente”.
Acompanhe o trabalho de Kat pelo @upgrade_ambiental