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Educador explica que idade do bichano influencia as necessidades em lugares inadequados

Educador explica que idade do bichano influencia as necessidades em lugares inadequados

Se você possui um animalzinho em casa, provavelmente já se estressou com ele por conta das necessidades no lugar errado. Muitas vezes, os tutores pressupõem que o bichano está fazendo xixi e cocô no local indevido por pirraça. Porém, poucos sabem, mas diversos fatores influenciam nesse comportamento, inclusive doenças.

Shutterstock

 

Segundo Rafael Wisneski, educador animal e especialista em Manejo Comportamental de Cães e Gatos, em geral o fato de o cachorro fazer as necessidades em lugares errados se relaciona a problemas como ansiedade de separação, medo excessivo e agressão interespecífica. “O comportamento também pode derivar de outros problemas relacionados a desequilíbrios emocionais do animal”, explica. Dessa forma, o melhor a se fazer é levar o pet a um especialista.

Como ensinar o pet a usar o local certo

De acordo com Rafael, fazer as necessidades em determinado local, seja tapete higiênico, jornal ou tablado sanitário, é algo antinatural para um cão. “Se o animal não vivesse em nossa companhia, ou seja, tivesse uma vida livre, ele não teria um lugar específico para fazer as necessidades. Qualquer um seria válido”, exemplifica.

Por conta disso, o procedimento de educação sanitária consiste em um processo de aprendizagem: o cachorro precisa aprender que aquilo é valoroso e gera determinadas recompensas. Os tutores devem recompensar o animal por fazer suas necessidades no lugar certo, uma vez que, para o cão, ele está só se aliviando e qualquer lugar é válido.

“Vale muito mais a pena você ensinar ao animal o local correto, através do uso de recompensas e do reforço do comportamento, do que tentar castigar o animal por fazer no local errado”, explica o educador.

Filhotes são mais propensos a errar

Segundo Rafael, a idade influencia no ato de fazer as necessidades em locais indevidos. “Cães filhotes têm tendência a errar muito. Dependendo da origem do cão – se veio de um canil, de uma pet shop, se é um animal resgatado ou doado ainda filhote –, ele pode não ter tido contato com um substrato. Ou seja, não conhece tapete higiênico, jornal ou tablado sanitário, o que leva a uma dificuldade maior naa educação sanitária”, explica.

Por outro lado, cães velhinhos podem ter alguns problemas relacionados à perda do treino em função de degeneração cognitiva ou até mesmo por conta de alguma doença. Por isso, antes de pensar que esse hábito seja sinônimo de birra, seja gentil com o animal e lembre-se que diversos fatores podem influenciar em seu comportamento.

Educando o pet idoso

De acordo com Rafael, a tendência é que a pessoa responsável pelo animal precise reduzir um pouco os espaços da residência, ou seja, alguns cômodos da casa não devem ser permitidos para esse animal, justamente para o bichano permanecer o mais próximo possível do ambiente destinado como o banheiro dele.

“É sempre bom lembrar que agir na prevenção, fazendo exercícios de adestramento e utilizando técnicas para motivar o animal, é algo que ajuda nessa fase da velhice, para que eles não sofram tanto com perdas de treinamento”, observa.

Afinal: tapete higiênico ou jornal?

“Eu prefiro os tapetes higiênicos a qualquer outro tipo de substrato. Mais por uma questão de higiene mesmo. Por minha experiência, eu visualizo que os tapetes mantêm o ambiente mais limpo e são de remoção mais fácil”, observa Rafael.

E o uso de Educadores Sanitários?

Vale lembrar que muitas vezes esses produtos utilizados para criar cheiros ou situações aversivas podem gerar no animal uma determinada confusão do que ele deve fazer. Segundo Rafael, a melhor opção é potencializar o comportamento correto e fornecer recompensas pela atitude correta. “E se você perceber o animal fazendo em um local inapropriado, apenas ignore e limpe depois, sem ele ver”, explica.

Fonte: Rafael Wisneski – educador animal, especialista em Manejo Comportamental de Cães e Gatos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e mestrando no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).