Educação ambiental: o caminho para ampliar o descarte correto de eletroeletrônicos e formar consumidores mais conscientes em 2026
*Por Fernando Rodrigues
O consumo crescente de eletroeletrônicos e eletrodomésticos traz avanços importantes para a vida pessoal e profissional, mas também impõe um desafio cada vez maior: o volume de resíduos. Segundo o relatório Global E-waste Monitor 2024, apenas 22,3% desses equipamentos gerados em 2022 foram formalmente coletados e reciclados, o que representa uma fração mínima diante das 62 milhões de toneladas produzidas no planeta naquele ano.
Neste contexto, a educação ambiental surge como ferramenta essencial para transformar hábitos, gerar consciência sobre os impactos ambientais e estimular práticas seguras no descarte. Ao entender que esses equipamentos contêm substâncias perigosas, que podem contaminar solo e água, as pessoas passam a enxergar o descarte correto como parte da contribuição individual e coletiva.
Quando a educação ambiental é contínua e acessível, o descarte correto deixa de ser exceção para se tornar prática. Com isso, cresce a chance de mais aparelhos serem encaminhados para os canais certos, elevando o volume de materiais reciclados e reduzindo o risco de contaminação. Com o engajamento da sociedade, torna-se possível fortalecer políticas públicas, ampliar a oferta de pontos de recebimento e consolidar uma cultura de descarte responsável. Esse avanço é indispensável diante de projeções, ainda segundo o relatório, que indicam um aumento anual de 2,6 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, podendo alcançar 82 milhões até 2030.
A atuação nas escolas tem papel estratégico. Ao inserir o tema no cotidiano escolar, é possível fomentar a formação de consumidores mais conscientes desde cedo. Estudantes expostos a oficinas, discussões e projetos sobre reciclagem tendem a levar esse aprendizado para casa, estimulando familiares e comunidade. Fora do ambiente escolar, campanhas em bairros, feiras e meios de comunicação podem derrubar mitos e orientar a população sobre os cuidados necessários e os locais adequados para entrega dos dispositivos.
A destinação correta dos resíduos eletroeletrônicos e eletrodomésticos não depende apenas de infraestrutura ou leis. Uma parte fundamental desse processo vem da consciência de cada pessoa. A educação ambiental tem papel central na construção de uma sociedade consciente, capaz de transformar hábitos, valorizar a sustentabilidade e assegurar um futuro mais seguro. Investir em informação, orientação e formação é investir no bem-estar coletivo, na preservação dos recursos naturais e no legado que deixaremos para as próximas gerações.
*Fernando Rodrigues é engenheiro ambiental e Gerente de Relações Institucionais da ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos.
Sobre a ABREE:
Fundada em 2011, a ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos – é uma entidade gestora sem fins lucrativos, que define e organiza o gerenciamento da implementação do sistema coletivo de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, promovendo economia de grande escala. Com 61 associados que representam 209 marcas, a ABREE é responsável pelo gerenciamento através da contratação, fiscalização e auditoria dos serviços prestados por terceiros, além de contribuir com informações para todos os envolvidos da cadeia, responsáveis pela viabilização da logística reversa de eletroeletrônicos e eletrodomésticos no país. Para mais informações, acesse http://abree.org.br/
