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Diabetes: atividade física traz ajuda para pessoas diabéticas

Diabetes: atividade física traz ajuda para pessoas diabéticas

Além dos benefícios para a saúde, os exercícios moderados e intensos controlam a glicemia

A Organização Mundial de Saúde define atividade física qualquer movimento corporal que requeira gasto de energia, incluindo atividades físicas realizadas no trabalho, na execução de tarefas domésticas, viagens e em atividades de lazer. Já exercício é uma subcategoria da atividade física e é planejada, estruturada, repetitiva e visa melhorar ou manter um, ou mais componentes do condicionamento físico.

A atividade física moderada e intensa traz muitos benefícios para a saúde, em especial às pessoas com diabetes. Como se sabe, o diabetes tipo 2 é causado por diversos fatores, entre eles o aumento de peso. Daí a importância da atividade física e de exercícios para o controle da glicemia. Conforme o médico Renato Redorat, do Departamento de Exercício e Esporte da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), diversos estudos comprovaram que a prática regular de exercício físico por pessoas com diabetes melhora o controle glicêmico, reduz os fatores de risco cardiovascular, contribui para a perda de peso, melhora a fertilidade e aumenta o bem-estar.

— O recomendado são exercícios de baixa e média intensidade para os iniciantes. Os exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida, pedalada e natação, com uma frequência de cinco a sete vezes por semana, traz vantagens para o controle da sua glicemia. Os exercícios anaeróbicos como a musculação e alguns esportes de luta levam ao ganho de massa muscular, que aumentam a queima de glicose e melhoram a sensibilidade da insulina — ensina o especialista.

Durante uma atividade ou exercício físico, ocorre o aumento da captação da glicose no músculo em contração, elevando o número de receptores que vão utilizar a glicose no sangue como fonte de energia no músculo.

Assim a glicose não ficará em excesso e nem levará ao ganho de peso. É um efeito semelhante com a ação da insulina sobre a captação da glicose na musculatura, segundo o especialista. O médico alerta que a atividade física de maior intensidade pode elevar a glicemia.

— Isso acontece devido à ação dos hormônios contrarreguladores da insulina (adrenalina, testosterona, hormônio do crescimento, entre outros). Se a pessoa está com a glicemia descontrolada (taxas de glicemia maiores do que 250mg/dl), a atividade física pode aumentar a glicemia e deve ser evitada enquanto essa taxa de glicose não baixar, principalmente nas pessoas com diabetes tipo 1. Porém, esse aumento pode ser prevenido com orientação de um profissional. Fale com seu médico, educador físico ou nutricionista especialista — comenta o médico especialista.

Médico orienta a procurar sempre um profissional especializado

Segundo Renato Redorat, não existe um horário específicos para pessoas com diabetes praticarem exercícios.

— Para um paciente com diabetes, não importa o horário, pode ser ao acordar, pode ser no seu intervalo para o almoço ou à noite. O importante é que ele tenha regularidade e que alcance 150 minutos por semana. A regularidade do exercício físico é mais importante do que o seu horário estabelecido. Isso independente de ser exercício aeróbico ou anaeróbico — explica o médico.

Com relação à alimentação, Renato Redorat diz que uma pessoa com diabetes deve seguir as mesmas orientações de uma sem a doença.

— A pessoa com diabetes tipo 2 segue a mesma orientação de uma pessoa sem diabetes. Pode fazer exercício físico a qualquer horário, independente da alimentação, desde que ela seja balanceada e não atrapalhe o tipo de exercício físico escolhido. O paciente com diabetes tipo 1 tem uma orientação diferente, pois ele precisa saber sua glicemia antes de fazer exercício — ensina o médico. — Se estiver maior que 250, ou apresentar valores muito baixos, que possam ocasionar uma hipoglicemia, que é a glicose baixa da corrente sanguínea, é melhor evitar a prática de exercício. O paciente que está acostumado a se exercitar e orientado por profissionais, tem noção de quantas calorias ele gasta naquele exercício e sabe fazer uma ingesta de carboidrato para compensar essa queima. Procure sempre orientação de um profissional especializado.