Dia Internacional da Camada de Ozônio: quando economia circular e responsabilidade ambiental se encontram

Neste 16 de setembro, o mundo celebra mais um marco do Protocolo de Montreal, que completa 35 anos como um dos acordos ambientais de maior sucesso da história. Criado para proteger a camada de ozônio ao eliminar substâncias que a destroem, como os HCFCs, o tratado internacional também representa um símbolo de cooperação e responsabilidade global.
O Brasil tem avançado de forma significativa nessa agenda. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por meio do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), o país já reduziu aproximadamente 63% do consumo desses compostos até 2023. São números que revelam um esforço coletivo de modernização industrial, inovação tecnológica e mudança de comportamento. Mas proteger o planeta vai além da substituição de substâncias. Vai além das metas. Vai além do protocolo.
Em tempos em que “sustentabilidade” virou palavra comum em relatórios e campanhas, é fundamental lembrar que o compromisso ambiental precisa ir da teoria à prática. A pesquisa “Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras 2024”, realizada por Beon ESG, Nexus e Aberje, revelou que 51% das empresas médias e grandes já adotam estratégias sustentáveis — um salto de 14 pontos percentuais desde 2021. Ainda assim, o desafio real está em tornar esse compromisso parte da cultura organizacional, e não apenas uma diretriz institucional.
É nesse contexto que a economia circular se consolida como caminho transformador. Um modelo que questiona a lógica do “extrair, fabricar, usar e descartar” e propõe um ciclo contínuo de aproveitamento dos recursos. A circularidade atua desde o design dos produtos até o descarte, passando por processos que buscam reduzir o uso de matéria-prima, prolongar a vida útil dos itens e transformar resíduos em novos recursos.
Quando empresas incorporam esse modelo ao seu dia a dia, estão, de forma prática, colaborando para reduzir emissões, proteger recursos naturais e reverter danos ambientais. A economia circular é, acima de tudo, um compromisso com o recomeço — dar nova vida ao que seria descartado.
“O Dia Internacional da Camada de Ozônio é um lembrete de que cuidar do meio ambiente é uma jornada coletiva”, afirma Augusto Freitas, presidente-executivo da Cristalcopo e fundador do projeto Recicla Junto. “Praticar a economia circular é uma forma concreta de transformar esse cuidado em ação. Quando repensamos o ciclo de vida dos produtos e damos novos significados aos resíduos, estamos contribuindo para um futuro mais equilibrado, tanto ambiental quanto socialmente.”
A fala ressoa com a essência do Recicla Junto: mais do que um projeto de coleta de resíduos plásticos, é uma rede de educação, mobilização e transformação social. Um movimento que une pessoas, empresas e comunidades em torno de um mesmo propósito: cuidar do planeta começando pelas próprias mãos.
Celebrar os 35 anos do Protocolo de Montreal é também um convite a olhar para o futuro com responsabilidade e coragem. A recuperação da camada de ozônio nos mostra que quando ciência, política e sociedade civil se unem, transformações profundas são possíveis. Mas esse avanço só se sustenta quando refletimos sobre como nossas decisões individuais e institucionais impactam o meio ambiente. É nesse contexto que a economia circular se revela mais do que uma estratégia: é um novo modo de pensar o consumo, a produção e a nossa relação com os recursos naturais. Sustentabilidade acontece na prática, quando deixamos de enxergar resíduos como fim e passamos a vê-los como recomeço. E, acima de tudo, quando o cuidado com o planeta se transforma em uma cultura compartilhada, feita de escolhas conscientes e compromissos verdadeiros.