Consumo de álcool acelera o envelhecimento, segundo estudo
Embora o consumo de álcool traga benefícios para idosos, um novo estudo de Oxford publicado na revista científica Molecular Psychiatry revela que esse hábito acelera o envelhecimento, ao danificar o DNA nos telômeros (sequências repetitivas de DNA que cobrem o final dos cromossomos, protegendo-os de danos).
O comprimento dos telômeros é considerado um indicador de envelhecimento biológico, uma vez que 50 a 100 bases de DNA são perdidas cada vez que uma célula se replica. Uma vez que os telômeros se tornam muito curtos, as células não podem mais se dividir e podem até morrer. No estudo, os cientistas investigaram a associação entre o consumo de álcool e o comprimento dos telômeros em mais de 245 mil pessoas.
Os autores usaram variantes genéticas que já foram associadas ao consumo de álcool em estudos anteriores, e avaliaram o hábito relatado pelos próprios participantes. A análise levou a uma associação significativa entre alto consumo de álcool e menor comprimento dos telômeros.
Quem bebe dez copos de 250 ml de álcool por semana tem uma “idade biológica” dois anos mais velha que os participantes que bebem dois copos de 250 ml por semana, por exemplo. Indivíduos que foram diagnosticados com um transtorno por uso de álcool tiveram comprimentos de telômeros significativamente mais curtos, chegando a seis anos de diferença nesse cálculo de idade.
Os autores também notaram que o maior consumo de álcool geneticamente previsto foi associado ao menor comprimento dos telômeros. Dentre os participantes, apenas 3% nunca bebeu álcool, e 4% parou de beber. A idade média era de 57 anos.
Os pesquisadores defendem que essas descobertas apoiam a sugestão de que o consumo de álcool, em níveis excessivos afeta diretamente o comprimento dos telômeros. “Nossos resultados fornecem outra informação para médicos e pacientes que buscam reduzir os efeitos nocivos do excesso de álcool. Além disso, a dose de álcool é importante – até mesmo reduzir o consumo de álcool pode trazer benefícios”, apontam os cientistas.