Conscientização sobre Tsunamis: quais regiões do mundo são mais propensas a essas ondas devastadoras?
Embora um tsunami possa ocorrer no litoral de quase qualquer parte do mundo, algumas regiões correm um risco maior. Descubra quais são elas e por que estão na mira de especialistas.
A palavra tsunami se refere a uma série de grandes ondas geradas por distúrbios no fundo do mar, principalmente associados a terremotos submarinos. Essa gigantesca onda pode ter diversas causas, como por exemplo, erupções vulcânicas, deslizamentos ou movimentações de terra submarinos e o impacto de grandes asteroides no oceano, como explica um artigo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.
“Esses eventos se desencadeiam quando há movimento vertical do fundo do mar com subsequente deslocamento de massas de água”, continua a ONU, e podem ocorrer em uma série de ondas sucessivas capazes de atingir o litoral em intervalos de 5 a 60 minutos.
A ONU afirma ainda que as ondas de um tsunami podem se parecer com “paredes de água que se movem rapidamente para o interior e que são capazes de recuar tanto que o fundo do mar fica exposto antes da chegada da próxima onda”, diz a fonte, detalhando como esse volume de água também carrega detritos e escombros em seu rastro.
Os tsunamis podem ocorrer como ondas que se sucedem, atingindo o litoral em intervalos de 5 a 60 minutos. Aqui, a foto registra um momento do tsunami de 2004 em Ao Nang, província de Krabi, na Tailândia.
Foto de David Rydevik Domínio Público, Wikimedia Commons
Quais são as áreas mais propensas a tsunamis do mundo
Os tsunamis podem se formar em qualquer oceano, mar interior ou grande corpo de água do mundo, diz a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), uma agência do governo dos Estados Unidos.
Entretanto, algumas áreas são mais vulneráveis devido à proximidade de fontes locais de tsunamis e a fatores geográficos específicos, como profundidade do mar e topografia.
Especificamente, o Oceano Pacífico (a maior bacia oceânica do mundo) é a região onde ocorre a maior parte da atividade sísmica e dos tsunamis, descreve a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Devido à sua localização no chamado “anel de fogo”, essa região passa por intensa atividade tectônica , resultando em maior incidência de terremotos e erupções vulcânicas, duas das principais causas de tsunamis.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, “cerca de 90% de todos os terremotos e 81% dos terremotos mais intensos ocorrem ao longo desse anel”, que é o local onde a placa do Pacífico interage com outras placas tectônicas, aumentando, assim, a probabilidade de tsunamis.
Casas, navios e carros foram deixados em um campo de arroz inundado pela água do mar em Natori, Miyagi, no Japão. Os tsunamis são catástrofes naturais com alto potencial de destruição.
Foto de ChiefHira CC BY-SA 3.0, Wikimedia Commons
Contabiliza-se que cerca de 78% dos tsunamis ocorrem no Pacífico (ao redor do “anel de fogo”) e o restante ocorre no Oceano Atlântico. O Mar do Caribe fica com 9% dos tsunamis registrados, seguido pelo Mar Mediterrâneo com 6% e o Oceano Índico com 5%, além de outros mares com apenas 1%, segundo dados da NOAA.
A agência norte-americana acrescenta que, desde 1900, os maiores tsunamis tiveram origem em Alasca, Chile, Japão, Indonésia, Paquistão e Rússia, causando efeitos destrutivos até mesmo em costas distantes.
Existe um Dia Mundial de Conscientização sobre o Tsunami
Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto no Oceano Índico provocou um tsunami que matou cerca de 230 mil pessoas em 14 países. Essa tragédia levou a Assembleia Geral das Nações Unidas a estabelecer o dia 5 de novembro como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Tsunami a fim de chamar a atenção para esse acontecimento da natureza.
Ainda segundo a ONU, foi o Japão, um país que já sofreu repetidamente com o impacto de tsunamis, que propôs a criação da data. A experiência acumulada do país asiático em sistemas de alerta precoce, resposta a desastres e reconstrução contribuiu para o conhecimento global sobre como reduzir o impacto desses fenômenos.
A ONU, em colaboração com o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (da sigla em inglês UNDRR), está liderando a organização desse dia para “destacar a importância da preparação”.
Embora os tsunamis não sejam frequentes, seu potencial destrutivo é alto. De acordo com a ONU, “somente no século 20 cerca de 58 tsunamis causaram mais de 260 mil mortes, com uma média de 4 mil 600 mortes por desastre”, superando outros fenômenos naturais em termos de letalidade. A maioria dessas vítimas ocorreu no tsunami do Oceano Índico em 2004.