Conheça ‘superalimento’ que reduz o colesterol, protege o coração e melhora a função cognitiva

É a semente de uma leguminosa chamada Arachis hypogaea, nativa do Peru e com aproximadamente 8.000 anos. Registros arqueológicos estimam que a população indígena daquela época utilizava o amendoim como moeda e para fins culinários. Com a chegada dos espanhóis ao território sul-americano, o amendoim ultrapassou as fronteiras e desembarcou na Europa e na África. Hoje, os maiores produtores do mundo são a China e a Índia. Quanto à semeadura, inicia-se no final da primavera e estende-se até o outono.

Em relação às suas propriedades, o amendoim destaca-se por ser um alimento nobre e completo a nível nutricional. Importante fonte de gorduras monoinsaturadas, fibras, vitaminas e antioxidantes, “seu consumo demonstrou melhorar a função cognitiva e a resposta ao estresse”, menciona Antar. Além disso, “protege-nos de eventos cardiovasculares e proporciona saciedade”, acrescenta a nutricionista.

O seu consumo é uma excelente opção para um lanche ​​ou combinado em diferentes preparações culinárias, por exemplo numa salada.

O amendoim é um superalimento cujo consumo proporciona importantes benefícios nutricionais que, por sua vez, promovem uma saúde ideal. A Câmara Argentina do Amendoim garante que foi classificado desta forma devido à sua alta concentração de nutrientes em uma pequena porção e aos benefícios à saúde associados ao seu consumo frequente.

Embora seja rico em calorias, “100 gramas de amendoim fornecem cerca de 567 calorias”, revela Antar, esta condição não prejudica o seu caráter saudável. Nesse sentido, Julio Bragagnolo, médico e chefe da unidade de Nutrição e Diabetes do Hospital Ramos Mejía, na Argentina, incentiva as pessoas a não terem medo deles.

“Esses alimentos têm uma densidade calórica significativa, o que gera certos receios na população que tem medo de ganhar peso ao comê-los. Porém, são muito nutritivos”, afirma.

O amendoim ajuda a reduzir o colesterol ruim (LDL) no sangue, o que pode ajudar a melhorar a saúde do coração. A presença de gorduras monoinsaturadas e compostos como ácidos fenólicos, polifenois e flavonoides colaboram na absorção do colesterol proveniente dos alimentos e evita que ele se deposite nas paredes das artérias. Além disso, o portal Medical News Today destaca que o amendoim é um alimento rico em arginina, aminoácido que promove a circulação sanguínea, reduz a pressão arterial e, por padrão, previne doenças cardíacas.

O Medical News Today aponta que o amendoim é um excelente alimento para pessoas com diabetes ou em risco de sofrer da doença, pois contém baixo índice glicêmico. Desta forma, seu consumo não gera aumento repentino da glicemia. Além disso, a fibra presente no amendoim – cada 100 gramas contém 8,5 gramas desse nutriente – retarda a digestão, aumenta o trânsito intestinal, previne a constipação estomacal e melhora a saúde do cólon.

Consumir amendoim na quantidade certa também beneficia pessoas com sobrepeso porque a fibra proporciona saciedade por muito tempo. Isso evita a fome e os consequentes lanches, explicam os especialistas consultados.

Vários minerais são abundantes no amendoim, entre eles potássio, fósforo, magnésio, cálcio e zinco, além de vitaminas do complexo B e E. Destaca-se também a presença de compostos fenólicos, substâncias que protegem as células de substâncias nocivas, radicais livres, danos oxidativos e envelhecimento prematuro. Todos esses nutrientes também melhoram as funções vitais do corpo: os sistemas imunológico, cognitivo, muscular e ósseo.

O Medical News Today recomenda consumir amendoim cru com casca incluída, pois esta parte se caracteriza por conter maior presença de antioxidantes, destaca o relatório da entidade. Questionado se existe uma quantidade estipulada de consumo diário de amendoim, Antar comenta que em termos gerais sugere-se pelo menos uma porção de cerca de 30 gramas por dia sem sal, sem frituras e sem adição de açúcares. Em qualquer caso, esclarece que este número pode variar de acordo com diversos fatores específicos de cada pessoa como altura, peso e tipo e estilo de vida.

Outra forma saudável de consumir esse alimento é por meio da manteiga de amendoim, alternativa que recentemente ganhou grande relevância entre pessoas que se preocupam com os cuidados pessoais e também entre quem busca, por exemplo, uma opção diferenciada para cozinhar e substituir doces leite. O que chama a atenção é o seu alto aporte de proteínas vegetais, essenciais para o correto desenvolvimento e reparação da massa muscular. Dados do portal Medical News Today detalham que duas colheres de sopa desse alimento fornecem 7,02 gramas dessa proteína.

O óleo de amendoim é outra variante que também se tornou popular para uso culinário. No entanto, “embora os óleos de nozes sejam uma boa fonte de nutrientes saudáveis, carecem de fibras, que se perdem quando os alimentos são decompostos”, diz Bragagnolo, mencionando que, ao cozinhar, este tipo de óleo, ao contrário dos vegetais, responde de uma forma diferente. “Eles podem ficar amargos se forem aquecidos demais”, diz o especialista.

Embora existam diversas virtudes nutricionais, Bragagnolo desaconselha o consumo de amendoim glaceado – com açúcar – ou mergulhado em chocolate. Além disso, alerta que muitas vezes essas sementes também possuem adição de sal, nestes casos, sugere que indivíduos com pressão alta evitem seu consumo. “Como princípio geral, quanto mais natural for o amendoim, melhor”, enfatiza a nutricionista.

Além disso, quem tem predisposição a sofrer de alergias alimentares deve ter um cuidado especial com a ingestão do amendoim, pois geralmente contém proteínas chamadas arachina e conarachin que podem causar diversas reações no organismo. “A alergia ao amendoim é uma das causas mais comuns de ataques alérgicos. Algumas de suas manifestações são reações cutâneas, sensação de formigamento na boca e na garganta, problemas digestivos e falta de ar”, lista Antar. Essas reações, especifica a nutricionista, podem ocorrer poucos minutos após a exposição ao alimento.

“A alergia ao amendoim ocorre quando o sistema imunológico identifica erroneamente as proteínas deste alimento como prejudiciais. Em seguida, libera substâncias químicas que causam sintomas na corrente sanguínea”, explica Antar. Essas reações podem ocorrer por diferentes razões. “A causa mais comum de alergia ao amendoim é o contato direto: quando ele é consumido em seu formato original, por meio de outros alimentos que contenham sua presença ou pela exposição na pele”, afirma Antar.

Outra forma de desencadear uma alergia é através do contato cruzado, que se refere à “introdução involuntária de amendoim em determinado produto alimentar”, afirma a nutricionista. Pode até se manifestar “pela inalação de poeira ou aerossóis que contenham amendoim”, acrescenta Antar.

Este alimento é mais uma opção dentro da grande variedade de produtos saudáveis. A vantagem é que ele está disponível o ano todo e quem não gosta de comê-lo sozinho pode misturá-lo nas refeições.