Conheça quatro oportunidades que podem estar no seu “lixo”
Resíduos às vezes que jogamos fora podem ser importantes para uma economia circular e solidária
Todos os anos, o Brasil gera 80 milhões de toneladas de lixo. E, embora 90% desse total sejam passíveis de reciclagem, cerca de 3% é efetivamente reciclado. Este material vai parar em aterros e, muitas vezes, lixões, gerando um impacto ambiental negativo enorme quando poderia ser transformado em matéria prima novamente.
Alguns resíduos especificamente podem ser transformados em ativos de uma economia circular e solidária. Para ajudar o próximo, nem sempre precisamos fazer doações em dinheiro. As vezes, aquilo que chamamos de “lixo” pode ser uma forma de contribuir com causas e instituições sem precisar colocar a mão no bolso.
Existem projetos que apoiam as mais diversas organizações sociais e que para isso precisam de alguns dos resíduos que a gente produz em casa.
Quer ajudar? Separamos 4 dicas para você!
Tampinhas
Tampinhas de embalagens plásticas não têm valor algum para quem as joga no lixo, mas, em grandes quantidades, esses itens são comercializados e se tornam uma importante fonte de renda para diversas ONGs.
Em São Paulo, as estações do Metrô tem coletores especiais para as tampinhas em uma campanha para apoiar O Instituto Amor Rosa, especializado no atendimento a adultos com câncer.
O programa Tampinha Legal é outra iniciativa que transforma resíduos em solidariedade. O valor arrecadado ajuda entidades assistenciais a adquirir medicamentos, alimentos, equipamentos, ração animal ou materiais escolares, além de ajudar com tratamentos e exames de saúde humana e animal, entre outras ações.
Embalagens longa vida
As caixas longa vida que servem de embalagem para leite, sucos e outros produtos podem ser transformadas em telhas para casas populares. A marca de bebidas do bem™ está transformando as caixas de suco descartadas, e recicladas, em telhas para a construção de casas populares, sedes comunitárias e moradias emergenciais em vários estados do Brasil, entre eles, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiáis e Paraná já foram beneficiados.
Outro uso bem bacana das caixas de leite é levar conforto térmico para comunidades carentes. Para manter o alimento protegido e próprio para consumo, estas embalagens têm várias camadas e são um ótimo isolante térmico, ideal para solucionar um problema comum nas grandes cidades: o vento que entra pelas frestas de casas de madeira.
O projeto Brasil Sem Frestas, que nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, utiliza essas caixinhas para vedar as casas de famílias que, sem esse recurso, passariam frio. Depois de abertas, as caixinhas são costuradas umas às outras e viram placas que, instaladas do lado de dentro das paredes, impedem o vento e a chuva de entrar.
Quer saber como descartar corretamente suas embalagens longa vida? Clique AQUI.
Lacres de alumínio
Não é de hoje que os lacres de latinhas de cerveja e refrigerante chamam a atenção. Além de serem utilizados para artesanato, esses pequenos pedaços de metal são preciosos para quem precisa de cadeiras de rodas para se locomover.
O Lacre do Bem, de Minas Gerais, é uma das instituições que recebem esse tipo de material. No Paraná, o Rotary Internacional também recolhe doações de lacres com o mesmo objetivo. Vendido para empresas de reciclagem, ele se transforma em fundos que são destinados à compra de cadeiras de rodas. Essas, por sua vez, são doadas para pessoas com deficiência física ou instituições de filantropia. Quem quiser contribuir com o projeto do Rotary no Paraná, pode entrar em contato com Luiza Tigrinho pelo telefone (41) 98804-6094.
Resíduos orgânicos
O resto de comida e outros resíduos orgânicos que produzimos em casa podem (e devem!) ser compostados. Desta forma eles se transformam em um poderoso composto orgânico que enriquecem o solo e pode ser usado na produção de alimentos, sem agrotóxicos.
Se você composta seus resíduos orgânicos, pode doar o composto para quem ainda não faz isso e mostrar um dos benefícios gerados pela compostagem – além da diminuição de “lixo” enviado para aterros e lixão. Este pode ser um estímulo para que outras pessoas comecem a compostar.
Em hortas comunitárias, empresas ou ONGs, a compostagem pode gerar composto no cultivo de alimentos frescos. Se as quantidades de adubo resultantes do processo forem muito grandes, as sobras podem ser vendidas para a comunidade ou trocadas por materiais necessários para o funcionamento da instituição.
Lições de sustentabilidade e solidariedade
Alunos do Colégio Positivo, em São Paulo, aprenderam o valor dos resíduos que antes eram vistos como “descartáveis” em ações de coleta e doação destes materiais em atividades pedagógicas. Para Damila Bonato, gerente de produto do Sistema de Ensino Aprende Brasil, presente em mais de 1.600 escolas municipais de todo o Brasil, utilizar o lixo em projetos sociais dentro das escolas é duplamente educativo
“ENQUANTO APRENDEM A CUIDAR DO MEIO AMBIENTE COM A RECICLAGEM, AS CRIANÇAS ABSORVEM A IMPORTÂNCIA DA SOLIDARIEDADE – E COMO PEQUENOS ATOS FEITOS COLETIVAMENTE PODEM FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DE MUITAS PESSOAS.”
Damila Bonato, Aprende Brasil