Compulsão alimentar: o que é, como identificar e tratar
Você já ouviu falar em compulsão alimentar? Especialmente depois de datas comemorativas que envolvem comida (a Páscoa, por exemplo), esse assunto volta à tona nas redes sociais e pode ser a resposta que muitos estão procurando.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 4,7% da população brasileira sofre com transtornos alimentares (TAs). Em outras palavras, elas são um conjunto de doenças psiquiátricas de origem genética, hereditárias, psicológicas e/ou sociais caracterizadas pela perturbação persistente na alimentação.
Se a porcentagem de brasileiros com TAs te espantou, você vai ficar ainda mais assustado ao saber que, entre os jovens, o índice pode chegar a até 10%. Pois é! Especialistas estão se preocupando com o aumento alarmante das práticas de emagrecimento acompanhadas dos transtornos que se tornaram problema de saúde pública.
O que é compulsão alimentar?
A compulsão alimentar é um tipo de transtorno alimentar. Outras tão comuns quanto ela são a anorexia e bulimia nervosa, e todas têm origem multifatorial. Ou seja, são determinadas por uma série de fatores que interagem entre si.
“A compulsão alimentar, em questão, é caracterizada pelo consumo de uma grande quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo. Em momentos de ansiedade, a pessoa acaba ‘descontando’ seus sentimentos na comida. Quando alguém tem o transtorno, muitas vezes o observa tarde demais”, explica o médico Tasso Carvalho, Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Outro aspecto do transtorno é a culpa sentida após o episódio de compulsão alimentar. Afinal, o indivíduo não conseguiu se “controlar” diante da comida e exagerou na alimentação mesmo sem estar fisicamente com fome.
A consequência disso é a condenação de si, também vivenciada como auto-recriminação. “Isso acaba gerando ainda mais ansiedade e fazendo com que o ciclo se repita e pareça não ter fim, mas tem!”, completa Carvalho.
Como tratar compulsão alimentar?
O médico explica que, embora a alimentação saudável e adequada seja um direito básico, não é acessada por uma quantidade gigantesca de brasileiros. Nesse ínterim, os cuidados envolvidos nos tratamentos das TAs são mais complexos do que imaginamos por que eles começam exatamente aí.
Segundo o Ministério da Saúde, a metas do tratamento dos transtornos alimentares incluem a regularização do padrão alimentar, suspensão das práticas purgativas, restritivas e orientação nutricional. Além disso, é essencial que o indivíduo busque tratamento psicológico e psiquiátrico.
“Alimentar-se corretamente e ajustar os horários da alimentação contribui para evitar a compulsão alimentar. Ademais, o acompanhamento multiprofissional é fundamental para esses casos”, complementa o especialista.
Colaboração: Dr. Tasso Carvalho, Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, médico pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e nutrólogo pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran e AMB).
