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Como o cérebro decide entre tossir e espirrar? Estudo revela a resposta

Como o cérebro decide entre tossir e espirrar? Estudo revela a resposta

“Neurônios do espirro” são ativados por gatilhos como pólen e doenças, enviando uma resposta diferente para o cérebro em comparação com a tosse, que tem a função de limpar as vias respiratórias

Cientistas descobriram que diferentes neurônios no corpo são ativados como resposta de espirro ou tosse ao detectar gatilhos irritantes, como pólen ou infecções virais. Entretanto, os neurônios que transmitem sinais para o cérebro são diferentes, revela estudo publicado em 06 de setembro na revista científica Cell.

Os pesquisadores analisaram estudos anteriores e identificaram “neurônios do espirro” que ativam canais iônicos presentes nas superfícies das células. Para identificar os neurônios responsáveis pelos espirros, os eles expuseram os camundongos a diferentes compostos que ativam diferentes partes desses canais.

Eles encontraram uma substância chamada BAM 8-22 presente nos camundongos que espirram. Esse composto é conhecido por ativar um canal iônico chamado MrgprC11, levando os pesquisadores a suspeitarem que neurônios que possuem esse sistema causam espirros.

Quando a equipe removeu o MrgprC11 dos neurônios suspeitos de causar espirros e infectaram os camundongos com gripe, os animais ficaram doentes, mas sem espirrar. No entanto, eles continuaram a apresentar reações semelhantes à tosse.

O pólen presente nas flores é um alérgeno influente para espirros, de acordo com o estudo. — Foto: Pexels/ Erik Karits
O pólen presente nas flores é um alérgeno influente para espirros, de acordo com o estudo. — Foto: Pexels/ Erik Karits

Usando métodos semelhantes aos usados para identificar os “neurônios do espirro,” os cientistas rastrearam a resposta da tosse até um grupo de neurônios na traqueia que expressam somatostatina, uma substância química sinalizadora. Isso sugere que o corpo possui sistemas separados para lidar com irritantes, que enviam sinais ao centro de controle da respiração do cérebro.

A neurocientista Qin Liu, neurocientista da Universidade de Washington e coautora do estudo, explica em entrevista à Nature, que a rápida evolução dos vírus pode justificar a existência de dois sistemas distintos para detectá-los e eliminá-los das vias aéreas. Agora, Liu e sua equipe estão investigando o que ocorre após a ativação dos neurônios do espirro e da tosse. Eles suspeitam que esses sinais são enviados ao centro de controle da respiração no cérebro, onde alteram os padrões respiratórios para gerar uma tosse ou um espirro.