Coma fibras! Elas reduzem o risco de câncer de intestino; entenda como

Alimentos oferecem uma variedade de benefícios para a saúde, incluindo intestinos mais saudáveis e vidas mais longas
Diferentes pesquisas mostram que dietas ricas em fibras oferecem uma variedade de benefícios para a saúde, incluindo intestinos mais saudáveis, vidas mais longas e redução dos riscos de condições crônicas como doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer, como o de intestino.
As fibras pertencem a um grande grupo de carboidratos que nossos sistemas digestivos não conseguem quebrar, ou seja, são resistentes à digestão. Elas são classificadas quanto à sua solubilidade — em solúvel e insolúvel.
As solúveis formam um gel quando entram em contato com a água e isso faz com que a nossa digestão e a absorção de nutrientes fiquem mais lentas, o que nos deixa saciados por mais tempo. Essas fibras também servem de substrato quando chegam no nosso intestino, servindo de alimento para as bactérias boas do nosso organismo e produzem uma substância chamada de ácido graxo de cadeia curta, o que ajuda na integridade da barreira intestinal, além de manter a microbiota saudável. As fontes destas são as frutas, legumes, farelo de aveia, cevada e leguminosas.
Já as fibras insolúveis, aquelas que não se dissolvem em água, também ajudam a formar o bolo fecal, ajudando o trânsito intestinal, são pouco fermentáveis e não são viscosas. Suas fontes alimentares são farelo de trigo, grãos integrais e verduras.
Por conta dessa aceleração do trânsito intestinal, é que se acredita nos efeitos de redução dos riscos de câncer de intestino. Essa regulação dilui e reduz o contato direto entre os agentes carcinogênicos fecais com a mucosa intestinal. As fibras podem ainda absorver os sais biliares, os quais são considerados agentes favoráveis ao surgimento e desenvolvimento do câncer de cólon e reto.
Segundo especialistas, a recomendação diária das fibras é de 25 a 35g por dia, sendo 70% a 75% de fibras insolúveis e 25% a 30% de fibras solúveis para adultos. Uma alimentação equilibrada e balanceada, contendo cereais, tubérculos, raízes, frutas, legumes e verduras, facilmente supre esta quantidade de fibras.
Entre os alimentos ricos em fibras estão: macarrão, framboesa, feijão, aveia, quinoa, brócolis, abacate, pipoca e chia.
Câncer de intestino
Também conhecido por câncer colorretal, é o tumor encontrado na região do intestino grosso e parte final do órgão (reto). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é um dos mais incidentes no Brasil, ficando atrás somente dos de pele, mama e próstata. Apesar de a incidência ser semelhante em homens e mulheres, a mortalidade, segundo o Inca, varia de 8,4% dos casos em pacientes do sexo masculino a 9,6% no sexo feminino.
Separando pelos gêneros, ele é o segundo mais frequente entre mulheres, atrás apenas do câncer de mama. Já nos homens, está atrás do câncer de próstata e de pulmão, porém em trajetória ascendente para ocupar a segunda posição.
Sintomas
Os principais sintomas do câncer de intestino incluem: sangue nas fezes, alterações no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, e perda de peso sem causa aparente.
Fatores de risco
Entre os principais fatores de risco para o câncer de intestino estão: idade superior a 50 anos, história familiar de câncer de cólon e reto, dieta com alto conteúdo de gordura e carne, baixa ingestão de frutas, vegetais e cereais, e ainda o consumo abusivo de álcool, tabagismo e o sedentarismo.
Tratamento
Segundo informações do Inca, o câncer de intestino é “uma doença tratável e frequentemente curável”. Geralmente, a intervenção inicial é cirúrgica para retirar a parte do intestino afetada pelo tumor. A depender do melhor tratamento indicado pelo médico, outras etapas podem envolver sessões de radioterapia e quimioterapia.
A colonoscopia é o principal exame para detectar pólipos e tumores. Foi a forma, por exemplo, como a cantora Simony, que precisou passar por quimioterapia e radioterapia, descobriu a doença.
A eficácia do tratamento depende principalmente de onde o tumor está localizado, e de seu tamanho e extensão. Em casos de metástase, quando o câncer se espalha para outras regiões do corpo, as perspectivas de cura são reduzidas. Por isso, a detecção precoce é tão importante para um bom desfecho.