Cidades brasileiras precisam revisar infraestrutura de climatização

Instituições públicas enfrentam risco crescente de colapso térmico com ameaça à saúde da população
Hospitais, escolas, estações de transporte e repartições públicas em todo o Brasil enfrentam cada vez mais o espectro do colapso térmico, à medida que as temperaturas extremas se tornam mais frequentes e intensas. Dados do Copernicus confirmam que 2024 foi o ano mais quente já registrado, com a média global superando o limite histórico de aquecimento de 1,5 °C estabelecido no Acordo de Paris, um marco alarmante para a saúde urbana.
O relatório do ONU‑Habitat mostra que, até 2040, mais de 2 bilhões de pessoas poderão enfrentar um aumento adicional de temperatura de pelo menos 0,5 °C nas cidades, um indicativo de urgência na adaptação dos espaços urbanos.
No Brasil, o cenário também é preocupante, o número de ondas de calor quadruplicou nas últimas três décadas, passando de 7 para 32 registros, segundo o Inpe. Entre 1997 e 2018, cerca de 142,7 mil mortes foram atribuídas a temperaturas extremas (calor ou frio) em cidades brasileiras.
Além disso, um estudo em 326 cidades latino-americanas estimou que aproximadamente 6% de todas as mortes urbanas se relacionam a extremos térmicos, e uma elevação de apenas 1 °C na temperatura ambiente aumenta em 5,7% o total de óbitos. No Brasil, ondas de calor são responsáveis por cerca de 48 mil mortes entre 2000 e 2018, com maior mortalidade entre idosos, mulheres e pessoas com menor escolaridade.
Nas cidades de Brasília, Goiânia e Cuiabá, o quadro é tão crítico quanto o nacional. Especialistas apontam que o prolongamento da estação seca, que antes durava cerca de seis meses, passou para até sete meses o que acentua ainda mais os impactos na saúde, sobretudo em termos de doenças respiratórias, cardiovasculares, desidratação e risco de infarto.
Registros meteorológicos indicam que, em 2024, Brasília quebrou seu recorde com 167 dias seguidos sem chuva, superando os 163 dias registrados em 1963. Além disso, níveis de umidade relativa abaixo de 30% durante a estação seca agravam a vulnerabilidade das mucosas e das vias respiratórias da população. Estima-se que essa combinação de calor extremo e baixa umidade tende a intensificar os atendimentos médicos por problemas respiratórios e cardiovasculares.
Para Patrick Galletti, engenheiro mecatrônico e CEO do Grupo RETEC, a situação sinaliza uma necessidade urgente de investimento em climatização pública.“O investimento em sistemas inteligentes de climatização melhora o ambiente para todos. É uma questão de saúde pública que precisa ser tratada com prioridade”, destaca.
Ainda segundo Galletti, hospitais dependem de controle rigoroso da qualidade do ar para evitar surtos.“Sem um sistema eficiente, os próprios corredores e enfermarias podem se tornar vetores de doenças, impactando diretamente a recuperação dos pacientes ou gerando novos quadros, ainda mais graves.”
Além disso, especialistas internacionais alertam que as ondas de calor podem acelerar o envelhecimento biológico, efeito comparável aos danos causados por tabagismo e má alimentação, especialmente entre trabalhadores expostos ao ar livre.
Para mitigar esses efeitos, tecnologias como sistemas de água gelada, sistemas VRV e soluções de IoT podem reduzir o consumo energético em até 30%, mas ainda estão restritas a projetos de maior porte. Galletti reforça que políticas públicas devem priorizar essas soluções.
A abordagem recomendada inclui a modernização da infraestrutura de climatização, fiscalização efetiva das normas (como ABNT 7256 e Lei 13.589/2018) e incorporação de infraestrutura verde, telhados claros, arborização urbana e telhados verdes, estratégias eficazes para reduzir o estresse térmico urbano.
Com ondas de calor mais frequentes, longa estação seca e ameaça à saúde pública, a infraestrutura de climatização das cidades, especialmente em Brasília, exige revisão imediata. “A prioridade agora é resguardar vidas e evitar que ambientes institucionais se transformem em riscos sanitários, um imperativo que combina tecnologia, governança e planejamento urbano”, conclui o CEO do Grupo RETEC.
Sobre o Grupo RETEC
O Grupo RETEC é referência, há mais de 40 anos, no setor de climatização e refrigeração no Distrito Federal e Goiás, oferecendo soluções integradas para instalação de ar-condicionado, ventilação, isolamento térmico e renovação de ar. Com uma equipe altamente qualificada e parcerias com fabricantes líderes, a empresa garante acesso às tecnologias mais avançadas e inovadoras do mercado. Oferecendo suporte técnico especializado e produtos com pronta-entrega, o Grupo RETEC está comprometido com a excelência, inovação e satisfação de seus clientes em projetos de diferentes portes.
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Sobre Patrick Galletti
Patrick Galletti é Engenheiro Mecatrônico, pós-graduando em Engenharia de Climatização e estudante do curso “O impacto das mudanças climáticas na saúde das pessoas”, pela Universidade de Harvard. Possui experiência em engenharia de orçamento, gerenciamento de riscos de construções, obras e operações offshore em uma das maiores empresas do Brasil, além de oito anos de atuação no mercado de climatização. Atualmente, é CEO do Grupo RETEC, uma empresa pioneira e referência com mais de 42 anos de atuação no mercado de AVAC-R (aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração).
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