China quer criar usina de energia solar de alta eficiência no espaço

A China quer usar seus foguetes para construir uma poderosa usina de energia solar no espaço. O plano ousado, conhecido internacionalmente como o “Projeto Manhattan” do setor energético, foi revelado por Long Lehao, cientista membro da Academia Chinesa de Engenharia.
A ideia é usar estações de energia solar que vão coletar a energia da luz solar na órbita da Terra e transmiti-la para a superfície do nosso planeta. A vantagem é que as estações de energia solar no espaço podem coletar energia sem a interferência das nuvens ou dos ciclos de dia e noite — segundo estimativas da NASA, um dispositivo do tipo poderia gerar energia em 99% do ano.

As estações espaciais de energia solar funcionam com sistemas de espelhos, que concentram a luz solar nos painéis para gerar eletricidade. Depois, a eletricidade é convertida em radiação de micro-ondas, que é transmitida a uma antena fixa na Terra.
Além disso, a densidade energética produzida no espaço é 10 vezes maior que aquela em solo. “Estamos trabalhando neste projeto agora. É como mover a Usina das Três Gargantas à órbita geoestacionária a 36 mil km acima da Terra”, explicou Lehao.
Ele se referiu à Usina das Três Gargantas, hidrelétrica tão grande que poderia afetar a rotação da Terra. O complexo fica no coração do rio Yangtze, o maior da China, e é capaz de gerar anualmente 100 bilhões de kHw — para comparação, a usina de Itaipu produziu 67 milhões de MWh em 2024.
O projeto é desafiador e os cientistas sabem disso. Por isso, Long e seus colegas vêm trabalhando no Long March 9, foguete reutilizável que promete levar até 150 toneladas de cargas ao espaço, massa comparável àquela de uma baleia azul adulta.
Este não é o único projeto espacial da China, que planeja também levar seus taikonautas à Lua e construir a International Lunar Research Station (ILRS), uma estação de pesquisa por lá em parceria com a Rússia. O complexo deve ser instalado no polo sul lunar.
Vídeo: A Lua está enferrujando?