Cerca de 70% dos sul-africanos têm interesse em experimentar carnes vegetais
A missão do Credence Institute é envolver o público, a indústria e o governo para desafiar e mudar as atitudes e comportamentos prejudiciais aos interesses dos animais. Dentre os entrevistados pelo Instituto, mais da metade das pessoas demonstraram inclinações ao consumo da carne de origem vegetal ou cultivada
Neste mês de outubro o Credence Institute realizou uma pesquisa na África do Sul referente aos hábitos alimentares, sobretudo apontando alternativas para o consumo da carne.
O resultado da pesquisa revelou que 67% dos sul-africanos consumiriam carne vegetal e 60% consumiriam carne cultivada.
Embora ambos os públicos consumidores tenham pontos em comum, como a preocupação ao bem-estar animal, os efeitos da indústria da carne no meio-ambiente e a questão da saúde, há uma diferença marcante entre a carne vegetal e a carne cultivada.
A carne vegetal é um produto alimentício à base de proteínas vegetais como grão de bico, ervilha, lentilha, soja, feijões (preto, vermelho, branco, fradinho, entre outros), beterraba e outro vegetais, cujos benefícios são vários, entre eles, a menor quantidade de gordura saturada, menor impacto ambiental e não contribuição para a morte de animais.
Já a carne cultivada é a carne artificial – ou de laboratório – produzida por meio de técnicas que também fogem da morte de animais, feita a partir da coleta de células animais cultivadas em laboratório. Na essência, sua origem é animal, porém, é produzida fora das granjas, pastagens, fazendas ou mares.
Dentre os entrevistados da pesquisa do Instituto, mais da metade – 50% e 53% – demonstraram tendência à compra desses tipos de produtos. No entanto, o percentual cai para 30% ao se tratar do preço, ou seja, pagar mais caro por esses produtos. Isso mostra a necessidade de buscar uma paridade entre valores.
A pesquisa feita em parceria com o North Mountain Consulting Group, dos EUA, foi realizada para a avaliação e popularização das novas alternativas à carne na África do Sul, que têm as gerações Y e Z como maiores consumidores.
Entre os motivos de abandonar o consumo da carne tradicional estão a melhoria da saúde e segurança alimentar, preocupação ambiental e libertação animal, que leva a estimar por uma nova rotina alimentar.
As proteínas alternativas
Segundo informações do portal Vegazeta, o confundador do Credence Institute, Ludwig Raal, disse que “mudar as proteínas alternativas, como carne vegetal ou cultivada, pode ser uma das nossas melhores estratégias para melhorar o meio ambiente, a saúde pública e a vida dos animais”.
“O fato de que a maioria dos sul-africanos parece pronta para abraçar esses produtos, me enche de esperança”, expressa.
Estatísticas do Uber Eats apontaram que a África do Sul é o quinto país que mais pede comida vegana ou vegetariana, o que a torna em posição de destaque no ranking mundial, assim como a Inglaterra, Polônia, França e Portugal.
O Google Trends também apontou que em 2019, a África do Sul foi um dos 30 principais países onde a temática do veganismo foi a mais pesquisada na internet. Para ser mais preciso, ficou em 23º lugar. A análise foi feita através da mensuração das buscas e pesquisas dos usuários Google referentes às ‘receitas veganas’ ou ‘restaurantes veganos’.