Cerca de 240 lixeiras e papeleiras, maioria nas praias, foram furtadas ou depredadas em João Pessoa
A Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), precisou substituir 237 lixeiras e papeleiras que foram alvos de depredação ou de furtos. A maior parte desses equipamentos estava instalada em áreas de praia da capital paraibana.
O superintendente executivo da Emlur, Igo Morais, chama a atenção da população para os cuidados com os coletores de resíduos. “Temos os contentores nas avenidas à beira-mar, mas as pessoas precisam cuidar dos equipamentos, no sentido de só descartar os resíduos acondicionando-os em sacolas e vedando. Caso contrário, haverá o mau cheiro do chorume (líquido gerado pela decomposição de matéria orgânica) e a proliferação de insetos”.
Ele aponta a dificuldade causada pela depredação e o furto de lixeiras e papeleiras. “Apenas no ano passado, precisamos substituir 237 equipamentos, sendo a área das praias a que mais sofre com esse tipo de situação, além do Centro da cidade”, revela o superintendente, ressaltando que a população deve denunciar os atos de vandalismo pelo número190, da Polícia Militar, e o 0800-083-2425, da Emlur, para que seja feita a substituição dos equipamentos.
A Emlur, segundo o superintendente, tem intensificado as ações de zeladoria e coleta de resíduos na orla devido ao aumento do fluxo de pessoas nas praias, decorrente do verão. Todos os dias, os agentes de limpeza da Emlur fazem a catação na faixa de areia, varrição da calçadinha e ciclofaixa, além da coleta dos resíduos domiciliares. Contudo, o descarte irregular de resíduos na areia da praia, na calçadinha ou nas ruas ainda é um problema a ser combatido.
Igo Morais afirma que o aumento das ações de limpeza é uma medida necessária para manter a proteção ambiental da orla. “No verão, há mais pessoas frequentando as praias, sejam moradores locais ou turistas. Portanto, fazemos um apelo para que as pessoas façam o descarte correto daquilo que consumirem. Temos as lixeiras, as papeleiras e os contentores, equipamentos dispostos ao longo da orla para serem utilizados”, reforça.
A turista Antônia Caetano, de Rondônia, conta que quando sentou numa cadeira na Praia do Cabo Branco viu logo restos de cigarro na areia, o que foi coletado minutos depois pelos agentes da catação. “Infelizmente, nem todas as pessoas têm consciência ambiental. Mas os agentes da limpeza logo apareceram e aí sim ficou tudo limpo e belo nesta praia”, relata.
Com o aumento de frequentadores das praias, o horário do serviço de catação foi estendido, com a criação de uma nova turma para o turno da noite, contribuindo para a manutenção da limpeza na faixa de areia e da preservação ambiental.
Conforme a engenheira ambiental Giovana Formiga, da Emlur, é comum as pessoas descartarem na areia e na calçadinha materiais plásticos, como garrafas, copos e tampinhas, ou latinhas de bebidas, canudos e espetinhos, materiais recicláveis que deveriam ser descartados nos coletores.
“A Emlur faz todo o trabalho de limpeza, mas há possibilidade de os materiais serem levados para o mar e flutuar por quilômetros, prejudicando a fauna marinha. Além disso, tem a questão visual dos resíduos na areia, que geram desconforto, além de mau cheiro e possível proliferação de insetos. Então, precisamos do apoio da população para cuidar das nossas praias”, comenta Giovana Formiga.
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), por ano, em torno de oito milhões de toneladas de plástico são depositados nas águas dos oceanos, o que acarreta na morte de 100 mil animais marinhos. Os materiais podem destruir os habitats marinhos e contaminar até mesmo os seres humanos que se alimentam dos animais.
Desde a segunda quinzena de janeiro, a Emlur, em parceria com as secretarias do Meio Ambiente e a do Desenvolvimento Urbano, vem desenvolvendo o programa ‘Amigos da Praia’, para trabalhar a consciência ambiental da população.
A abordagem sobre o correto descare de resíduos é feita aos frequentadores das praias, incluindo os comerciantes e trabalhadores de quiosques, bares e restaurantes. Na ação, são entregues sacolas para acondicionamento de resíduos produzidos, além de sacolinhas para câmbio de veículos, com objetivo de evitar que as pessoas descartem os resíduos pelas janelas dos automóveis.
Os caminhões compactadores passam quatro vezes ao dia nas vias à beira-mar para recolher os resíduos da catação e varrição armazenados nos contentores. Os horários são às 2h, 9h, 14h e 19h. A lavagem dos equipamentos ocorre às quintas-feiras e aos domingos. A lavagem é feita com o auxílio de um carro-pipa. Os agentes de limpeza utilizam uma solução desincrustante para espumar e tornar a higienização mais eficaz.