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Castanha do Pará e mais plantas selvagens usadas como ingredientes estão em perigo

Castanha do Pará e mais plantas selvagens usadas como ingredientes estão em perigo

Estudo da FAO, agência da ONU para Alimentação e a Agricultura fornece informações detalhadas para contribuir na proteção das espécies. Castanha do Brasil e Karité estão na lista

Um novo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) aumenta a conscientização sobre a necessidade de uso sustentável de plantas silvestres. A agência destaca que vários produtos usados no dia a dia são produzidos com espécies como castanhas do Brasil, ou castanhas do Pará, na cozinha, goma arábica no refrigerante e alcaçuz no chá de ervas.

Há ainda loções que contêm manteiga de karité ou produtos para a pele feitos com baobá ou óleo de argan. Incenso ou jatamansi também podem ser encontrados como ingrediente em perfume.

O documento da FAO, lançado para a celebração do Dia da Terra, ocorre em meio a um aumento na demanda global por ingredientes de plantas selvagens. Segundo o estudo, o crescimento foi de mais de 75% em valor nas últimas duas décadas. O alerta da agência é para as milhares de espécies que estão em risco, principalmente devido à perda de habitat, mudanças climáticas e superexploração.

Entre as espécies de plantas medicinais e aromáticas avaliadas, 9% são consideradas ameaçadas de extinção. O documento afirma que cerca de 1 bilhão das pessoas mais vulneráveis ​​do mundo dependem deles para sua subsistência.

Segundo a FAO, as plantas representam cerca de 80% de toda a biomassa na Terra e desempenham um papel fundamental no apoio aos seres humanos e outros animais, fornecendo alimentos, remédios, oxigênio e abrigo.

Em algumas partes do mundo, as plantas silvestres são coletadas por populações vulneráveis, muitas vezes usando métodos tradicionais de plantio. Enquanto isso, a FAO destaca que a demanda por ingredientes de plantas silvestres continua crescendo, especialmente nos países mais ricos.

Somente os consumidores nos Estados Unidos gastaram cerca de 11,3 bilhões de dólares em suplementos alimentares à base de plantas em 2020. Os dados do estudo sugerem que a pandemia renovou o interesse no uso de espécies selvagens como ingredientes na medicina tradicional e moderna.

No geral, a estimativa é que até 5,8 bilhões de pessoas usem plantas selvagens ou semisselvagens em todo o mundo, de acordo com um estudo da Universidade de Rhodes, na África do Sul.